Segundo a SES, de dez casos confirmados, nove foram em indígenas. Agente de saúde indígena reclama de falta de estrutura para atendimento
Do G1 MS com informações da TV Morena
Mato Grosso do Sul registrou 499 notificações de gripe H3N2 em 2014. Campo Grande é o município com maior número de casos, seguido por Caarapó, onde a maioria dos casos foi registrada em indígenas da aldeia Tey Kuê, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Cerca de cinco mil indígenas da etnia guarany-kaiwá moram na aldeia. Conforme a SES, 30 pessoas foram internadas em Caarapó com suspeita da gripe. Desse total, dez casos foram confirmados, sendo nove em crianças indígenas.
Na aldeia, existem dois postos de saúde para atender os guarany-kaiwá. A técnica de enfermagem Ana Carolina Martins explica que quase todos os pacientes que procuram o atendimento apresentam o mesmo sintoma. O principal problema, segundo ela, é a demora em procurar atendimento médico.
O agente de saúde indígena Braz Villalba atende, em média, 80 famílias na região e diz que a falta de infraestrutura agrava os problemas de saúde. A TV Morena entrou em contato com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
O secretário de Saúde de Caarapó, Ireu Natal Barros, reconhece a falta de estrutura, mas afirma que o fato dos índios viverem tão próximos contribui para a transmissão do vírus Influenza. Ele afirma também que todos os indígenas são vacinados contra a gripe.
Gripe H3N2
O último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado na quarta-feira (13), aponta que foram confirmados 41 casos da gripe H3N2 no estado. Em Campo Grande, são 16 registros da doença.
A H3N2 é conhecida como sazonal e a maioria dos casos é registrada no inverno e outono. Em 2014, foram registradas quatro mortes, sendo duas na capital sul-mato-grossense, uma em Dois Irmãos do Buriti e outra em Costa Rica.