Elaborar orientações e subsídios para o desenvolvimento de ações de vigilância em saúde do trabalhador a populações expostas a agrotóxicos, visando contribuir para a efetivação dessas ações pelos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) rurais. Esse foi o objetivo do estudo desenvolvido pelo aluno do Mestrado Profissionalizante em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Roque Manoel Perusso Veiga, sob orientação do pesquisador Carlos Minayo Gómez
O foco da pesquisa foi o Cerest do município de Primavera do Leste (MT), um dos berços do agronegócio no país, que detém altas extensões de plantio em áreas de soja, milho e algodão e utiliza de forma maciça agrotóxicos. “Isso vem trazendo consequências danosas à saúde da população brasileira, além de causar danos à natureza pela degradação dos recursos naturais não renováveis, destruição da flora e fauna e poluição das águas, solos e do ar”, alerta o aluno.
O Brasil é um dos líderes mundiais em consumo desse pesticida, ocupando o primeiro lugar desde 2008, consumindo quase 1/5 de todo o agrotóxico produzido no mundo, e respondendo na América Latina por 86% dos produtos comercializados.
Para Veiga, esse processo de desenvolvimento de ações de vigilância em saúde do trabalhador deve ser contínuo, inclusive a capacitação e qualificação dos profissionais das unidades e de toda a rede de serviços do Sistema Único de Saúde, a identificação dos trabalhadores expostos a agrotóxicos e a qualificação das ações de promoção, prevenção, diagnóstico, atenção e vigilância em saúde. A pesquisa utilizou como norte as Diretrizes da Vigilância em Saúde do Trabalhador e da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. (mais…)