O culto de índios e negros que chegou a Portugal

Jose incorpora Maria Navalha, a mestra do terreiro. Foto: Nuno Ferreira Santos
Jose incorpora Maria Navalha, a mestra do terreiro. Foto: Nuno Ferreira Santos

Caboclos, Pretos Velhos e Pombas Giras. Maria Navalha e Zé da Risada. Santos e orixás. Noites de transe. As religiões afro-brasileiras ganham cada vez mais adeptos entre os portugueses. Fomos conhecer o mais recente destes cultos a chegar a Portugal: a Jurema, herança de índios e negros.

Por Alexandra Prado Coelho (texto) e Nuno Ferreira Santos (fotos), em Público

São quase sete e meia da tarde quando chegamos à vivenda perto de Azeitão, a uns 40 quilómetros de Lisboa. Abre-se o portão, e percorremos o pequeno terreno por onde estão espalhadas várias estátuas. Há uma casa semi-construída no meio, um cabrito preso com uma corda, material de obras e de jardinagem, uma outra pequena casa de tijolos à nossa esquerda, e, ao fundo, a vivenda. Estamos no terreiro Jurema Maria de Acais.

Convidam-nos a descalçarmos os sapatos antes de entrar. À nossa espera estão já algumas mulheres vestidas de trajes brancos, saias longas e rodadas, panos coloridos por cima, turbantes amarrados à cabeça, compridos colares de contas ao pescoço. Helena, que nos acompanhou na viagem de carro desde Lisboa, desaparece para também ela mudar de roupa, e reaparece vestida de branco e azul brilhante. (mais…)

Ler Mais

Em busca de Belo Sun

Belo Monstro Foto-1-Francisco-Vorcaro-600x400
Nos muros da cidade de Altamira, pichações de protesto contra a Usina Belo Monte. Foto: Francisco Vorcaro

Repórteres viajam à região da Volta Grande, no rio Xingu, e relatam o cenário da extração de ouro no local, sob o comando da mineradora canadense Belo Sun

PoFrancisco Vorcaro, Gerson Lima, Mário Lúcio de Paula, Rômulo Radicchi, em Pública

O dia 17 de junho de 2014 será marcado como um dia de derrota na história da mineradora canadense Belo Sun Mining Corporation. Nessa data a Justiça Federal publicou uma sentença ratificando uma decisão liminar de novembro do ano passado, suspendendo o licenciamento ambiental do projeto Volta Grande de Mineração, a menina dos olhos da Belo Sun, na região do rio Xingu, no Pará.

A Belo Sun pertence ao Forbes & Manhattan Inc, um banco de capital fechado que desenvolve projetos internacionais de mineração; em seu site qualifica o empreendimento que teve a licença suspensa como o “maior projeto de ouro em desenvolvimento no Brasil”. Os passos iniciais para a extração de ouro na Volta Grande do Xingu foram dados sob licença prévia concedida após a aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente do Pará (Coema). Agora, porém, a Belo Sun só poderá retomar as atividades depois de entregar estudos de impactos do projeto sobre as populações indígenas e ambientais como determinou o juiz federal Cláudio Henrique Fonseca de Pina. Na sentença, o magistrado anota como “fato incontroverso” o impacto que o empreendimento vai exercer sobre populações indígenas “com reflexos negativos e irreversíveis”. (mais…)

Ler Mais