Por Camila Maciel, Repórter da Agência Brasil
Edição: Helena Martins
“A esperança de encontrar a minha filha é o que me move todos os dias, me faz levantar da cama e continuar com o meu trabalho, ajudando outras famílias”. A declaração é de Vera Lúcia Ranu, 55, mãe de Fabiana Renata, desaparecida em 1992, quando tinha 13 anos. Em novembro daquele ano, a filha saiu de casa para ir à escola, no bairro Jaraguá, na zona oeste de São Paulo. Desde então, nunca mais foi vista.
Na semana do Dia das Mães, Vera contou à Agência Brasil como conseguiu transformar essa dor em ação. Com outras mães de crianças desaparecidas, ela fundou, em 1996, a Associação Mães da Sé. Hoje, coordena a Associação Nacional de Prevenção e Busca a Pessoas Desaparecidas – Mães em Luta.
O interesse pelo trabalho de prevenção surgiu a partir da percepção de que, apesar do esforço de busca, o número de desaparecidos só crescia. “Resolvi trabalhar para levar à sociedade informação sobre as principais causas desse problema”, relatou. Segundo Vera, os conflitos familiares correspondem a 70% dos casos. “O desaparecimento ainda é um tabu muito grande, porque muitas famílias acham que isso não pode acontecer com elas. É preciso falar sobre isso”, apontou.
Em nove anos, a associação que ela coordena ajudou a encontrar 250 pessoas, das quais 60% são crianças e adolescentes. O cadastro da entidade possui aproximadamente 1,3 mil pessoas. (mais…)