Indígenas de Roraima denunciam transtornos causados pelo garimpo

Imagem captada da internet
Imagem captada da internet

Eles reclamam da poluição de rio e doenças causadas pelos garimpeiros. FPEYY afirma que exploradores devem sair ‘pacificamente’ até dia 15.

G1 RR

A Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami Ye’kuana (FPEYY) denuncia o crescimento do garimpo na maior reserva indígena do país, localizada em Roraima. Os índios reclamam das doenças e da poluição causadas pela atividade ilegal na região.

Imagens cedidas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) mostram o intenso garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami na região do rio Uraricoera, município de Amajari, localizado a 150 quilômetros ao norte de Boa Vista. São mais de 20 balsas e cerca de 150 garimpeiros que buscam ouro.

A coordenação da FPEYY estima que a cada 24 horas, pelo menos meio quilo de ouro seja retirado da reserva, um negócio ilegal que movimenta por mês quase R$ 30 milhões. No território, vivem 25 mil índios. Na região do Uraricoera, são cerca de 25 mil. Eles reclamam das consequências da poluição causadas pela garimpagem.

“Eles contaminam o rio e a gente sofre mais. Eles colocam mercúrio, jogam dentro da água, o que acaba contaminando os peixes”, lamenta Ivan Xirixana, indígena que mora na região.

Neste ano, foram realizadas quatro operações para combater a garimpagem, inclusive com prisões e explosões de pistas. Quase sempre, os criminosos voltam e recuperam as pistas.

O trabalho de monitoramento vai ter agora o reforço de uma base instalada na região. Na reserva, são quatro pontos de apoio. O problema é a falta de policiamento para dar suporte à Funai.

“Nós temos um poder de polícia administrativa, mas não somos polícia de segurança pública. A segurança pública é um direito de todos e um dever do estado. Quando a gente fala ‘estado’, a segurança é do governo estadual e também federal. Infelizmente, não estamos conseguindo ter esse retorno para que possamos ser mais efetivos nas nossas ações de repressão ao garimpo na área Yanomami”, desabafa João Catalano, coordenador da FPEYY.

De acordo com ele, os garimpeiros que quiserem sair da região ‘pacificamente’, têm até o dia 15 de janeiro de 2014. “Não vai haver mais tolerância e todos que forem encontrados com material de garimpo ou praticando atividades ilícitas na terra indígena, serão autuados, presos e encaminhados à Polícia Federal”, assegurou.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.