Por Cristina Rodrigues Fernandes*
As mudanças ocorridas no campo com a implementação da política de ampliação da fronteira agrícola no Norte de Minas, a partir dos anos 70, desorganizou as dinâmicas vigentes na região, modificando as formas de trabalhar, viver e se relacionar com a natureza de vários indivíduos, grupos e populações que ali viviam. Pretendo, neste artigo, apontar algumas alterações sofridas pela população rural, especificamente, pelo que hoje se denomina agricultura familiar do município de Rio Pardo de Minas, procurando analisar como essas mudanças foram vivenciadas no que se refere principalmente ao uso da terra, peça chave no entendimento desse processo de transformação. Assim, questiono até que ponto tais mudanças reforçaram ou não o sentimento de pertencimento desses grupos, do seu lugar, suas vivências e saberes, e quais estratégias emergiram na busca pela permanência dos seus modos de vida. Paralelamente, tentarei fazer uma reflexão desse evento sobre consciência de Classe, segundo abordagens de Thompson em Usos e costumes comuns.