
Nós, povos do campo, das florestas, das águas e cidades da Bahia, reunidos em Feira de Santana, entre os dias 13 e 15 de dezembro de 2013, no Seminário Estadual Terra, Território, Soberania Alimentar: semeando unidade, colhendo liberdade, após uma profunda reflexão sobre a conjuntura agrária baiana e brasileira, manifestamos a nossa indignação frente ao modelo de desenvolvimento capitalista em curso, intensificado nos últimos dez anos, que tem inviabilizado a política de reforma agrária e de reconhecimento dos territórios tradicionais, face aos interesses de grandes corporações públicas e privadas, nacionais e internacionais, comprometidas com a degradação da vida em todas as suas dimensões.
Denunciamos a expansão do agronegócio, através das monocultoras do eucalipto, fruticultura irrigada, cana-de-açúcar etc, e hidronegócio, através da carcinicultura, e da atividade mineral, bem como a transformação da água, bem essencial e direito humano fundamental, em recurso econômico e privado. Esses empreendimentos são fomentados por investimentos públicos, que têm intensificado a concentração fundiária, a superexploração dos(as) trabalhadores(as) e dos recursos naturais (água, terra, ar, minérios, florestas etc), bem como a sua degradação, a violência física e simbólica promovida contra camponeses e camponesas, e, sobretudo, o comprometimento da soberania alimentar da população brasileira.
Denunciamos, no Brasil e na Bahia, a corrida desenfreada pelas fontes de energia fóssil e pelas fontes renováveis, para expansão capitalista, predatória e insustentável, voltada para o mercado global, que usurpa territórios de povos tradicionais, expulsa comunidades camponesas, reduz e substitui cultivos, devasta a natureza e põe em risco nosso futuro. (mais…)
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