Baseado em Informes da Aty Guasu, postados no início da madrugada de hoje, 27 de outubro:
Informativo da Aty Guasu 1: Na Yvy Katu, em Japorã, MS, agentes da segurança particular Gaspem armados começam a disparar armas de fogo nas comunidades Guarani e Kaiowá. Agora à noite [por volta das 23 horas], cercaram a área da comunidades e já lançaram mais de 150 tiros sobre os Guarani Kaiowá. Segundo a comunidade, os pistoleiros estão a cerca de duzentos metros, e a “cada meia hora, agentes da Gaspem lançam 50 tiros nas vidas da crianças, mulheres, idosos”.
“Não vamos correr, não. Já estamos em nossa terra; vamos morrer todos aqui”, reafirma a comunidade diante de centenas de tiros em direção de suas vidas. “Se acertassem já teriam matado mais de duzentos indígenas” comunica comunidade Guarani e Kaiowá.
Urgentemente, comunicamos à polícia federal, [que] já tomou conhecimento do fato. Esperamos que a Polícia Federal chegue a tempo na área de tiroteio dos pistoleiros das fazendas.
Informativo da Aty Guasu 2: Já há policiais federais no tekoha Yvy Katu. As comunidades relataram para a polícia federal que os fazendeiros contrataram pistoleiros, diante da presença e ronda da PF na região de Yvy Katu, da Gaspem. Pistoleiros começam atacar e disparam as armas de fogos nos indígenas Guarani e Kaiowá.
Mais de 4000 mil indígenas Guarani e Kaiowá em movimento no Yvy Katu-Japorã reafirmam que vão permanecer na Terra Indígena demarcada Yvy Katu. Eles não vão recuar dos pistoleiros: “Nós vamos permanecer no Yvy Katu vivos ou mortos; do Yvy Katu não vamos sair mais”.
Informativo da Aty Guasu 3: As comunidades informam [que] estão resistindo no Yvy Katu, Japorã-MS. As comunidades inteiras estão acordadas. Já comunicaram a todas comunidades Guarani e Kaiowá de outras aldeias do MS para ficarem de prontidão.