Comunidades tradicionais podem ser entendidas como grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais. As comunidades tradicionais do Norte de Minas Gerais são compostas por povos indígenas, quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, barranqueiros, pescadores e outros grupos. Embora oprimidas por pressões econômicas e latifundiárias, essas comunidades apresentam um extenso histórico de resistência e luta. A proposta dessa documentação fotográfica é mostrar a convivência desses povos com o semiárido mineiro. A perspectiva do combate à seca, visto que esta não pode ser evitada, foi substituída por uma ideia de convivência, cuja proposta se baseia no uso sustentável dos recursos hídricos, na justiça social (acesso à terra, a água e outros meios de produção) e na valorização do saber popular.
As seguintes comunidades foram visitadas: Baixa do Barreira, no município de Porteirinha, onde foram documentadas experiências de uma família de trabalhadores rurais; Quilombo da Lapinha, comunidade formada por quilombolas e vazanteiros localizada à beira do Rio São Francisco, no município de Matias Cardoso; Ilha do Pau Preto e Ilha do Pau de Légua, comunidade formada por vazanteiros também localizada à beira do Rio São Francisco, no município de Matias Cardoso; e Santa Helena, Teixeirinha I e Caldeirão, no Vale do Jequitinhonha.
Essa documentação foi possível graças ao Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha – MG, à ASA Minas, ao CPT Norte de Minas, à Caritas Diocesana de Araçuaí e ao fotógrafo João Roberto Ripper.