“Eu vi aqui para contar um pouco da luta da gente em Magé. É uma luta árdua e complicada. Por isso hoje nós somos ameaçados, mas mesmo assim a gente não desiste!” (Daise Meneses. Associação de Homens e Mulheres do Mar – AHOMAR)
Na lógica do desenvolvimento infinito, num mundo de recursos finitos, prevalecem os interesses das grandes corporações mundiais que se dedicam à exploração petrolífera em detrimento dos interesses dos povos e da natureza. O Governo Dilma não desafina o coro dos contentes e vem à público falar de trilhões para encher os olhos dos pobres e os bolsos dos ricos.
Todas as cifras prometidas não levam em consideração os terríveis impactos sócio-ambientais que a exploração do pré-sal pode causar. É sabido que se o Brasil usar todas as reservas estimadas do pré-sal, vai emitir ao longo dos próximos 40 anos, em torno de 1,3 bilhões de toneladas de CO2 por ano só com refino, abastecimento e queima de petróleo. Isto digamos, é uma tremenda falta de educação e não serão suficientes estes tais trilhões investidos no atual sistema educacional para reparar os danos.
Enquanto se faz de maneira pública a briga pela divisão dos royalties do petróleo a ser extraído da zona do pré-sal e, no Executivo, o Ministério de Minas e Energia anuncia novos leilões para exploração dos blocos nessa área, é nos bastidores que fica o debate sobre nossa falta de mecanismos de proteção ambiental em casos de acidente em águas profundas.
Hoje não sabemos da real dimensão dos danos socioambientais de um vazamento de óleo a uma profundidade de 7 mil metros e esta indefinição regulatória coloca em dúvida a viabilidade ambiental da extração de petróleo na camada pré-sal, e coloca em risco as populações costeiras.
A Rede Brasileira de Justiça Ambiental em seu V Encontro teve como foco o modelo energético brasileiro e seus impactos sócio-ambientais. Com o objetivo de aprofundar a discussão crítica e construir coletivamente uma cartografia destes impactos. Aqui apresentamos uma série de vídeos que traz à tona esse debate desde os territórios afetados.
“Esse encontro é mais uma forma de fortalecimento… para que possamos lutar com sabedoria, com estímulo maior, com garra e força para que possamos existir…” (Eliete Paraguassu. Marisqueira e quilombola. Salvador-BA)
“Temos, também, uma questão muito grave de água que chega a faltar 20, 30 dias. E quando vem a água para população, vem contaminada, causando doenças… e na Petrobrás,Refinaria nunca falta água. Então nós queremos construir algo que nos permita resistir no lugar…” (Leila Salles. Fórum dos atingidos pela indústria do petróleo e petroquímica das cercanias da Baía de Guanabara – FAPP)
O blog e a comunidade criada no facebook, também, produtos do Encontro, configuram-se instrumentos de comunicação para o fortalecimento de nossas lutas por justiça ambiental.