Fernanda Cruz, Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Após cinco horas de duração, o protesto de sem-teto terminou na Praça da República. Segundo Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), foi agendada uma reunião para a próxima terça-feira (22) com a secretário de Relações Governamentais da prefeitura, João Antonio da Silva Filho.
Boulos disse que nenhum representante do governo municipal quis negociar hoje (17) por causa das vidraças quebradas do prédio da prefeitura durante o protesto. Por volta das 11h, um grupo de manifestantes tomou a frente do protesto e quebrou vidros do prédio. Grades foram baixadas e comerciantes da redondeza fecharam as portas com medo de atos de vandalismo. A Tropa de Choque se posicionou, mas não houve confronto. Para sinalizar que o ato era pacífico, integrantes do movimento deram as mãos, fazendo um cordão para proteger o edifício.
Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que repudia a tentativa de invasão da sede e as ações violentas que ocorreram durante o protesto na manhã de hoje. “A administração municipal reitera que mantém diálogo permanente com os movimentos de moradia da cidade, desde que respeitadas as regras democráticas e pacíficas. O grupo organizador do protesto de hoje, ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, já foi recebido pela prefeitura na última terça.”
Segundo a prefeitura, três guardas civis metropolitanos ficaram feridos. Um inspetor teve um corte na mão direita, outro sofreu hematomas na perna esquerda e um guarda está com inchaço no pescoço em decorrência de uma paulada. As vidraças de três entradas principais do prédio da prefeitura foram quebradas.
O protesto começou às 9h, na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal. Depois, os manifestantes caminharam até a sede da prefeitura. Depois, eles seguiram em passeata, acompanhados pela Tropa de Choque da Polícia Militar, pelo centro até a Praça da República, onde o movimento se dispersou.
No protesto de hoje (17), os manifestantes tinham como pauta principal uma solução para 350 famílias que vivem na ocupação Dona Deda, no bairro Parque Ipê, na região do Campo Limpo. Eles pedem que a prefeitura não autorize o despejo das famílias até a reunião marcada para terça-feira.
Edição: Carolina Pimentel