Caravana Agroecológica e Cultural da Chapada do Apodi
Gente que pensa e faz agroecologia de todo o nordeste e do país estará na Caravana Agroecológica e Cultural da Chapada do Apodi, entre os dias 23 e 26 de outubro. O encontro nordestino de agroecologia tem como objetivo promover o intercâmbio de experiências agroecológicas em preparação para o III Encontro Nacional de Agroecologia que acontecerá em Juazeiro (BA), em 2014.
Após a abertura do evento em Mossoró, os participantes seguirão em rotas percorrendo diversos municípios do estado do RN e do CE, dentre os quais estão: Açu (RN); Olho d’Água do Borges e Campo Grande (RN); Tibau , Grossos, Mossoró (RN), com a experiência da Rede Xique-Xique, e Limoeiro do Norte (CE); para conhecer experiências de agricultura irrigada, bioágua, economia solidária e o perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi, passando também pelos assentamentos rurais para conhecer o desenvolvimento agroecológico da região de Apodi (RN).
No último dia de encontro, será realizado um ato público para denunciar o modelo do projeto de Perímetro Irrigado de Santa Cruz do Apodi, proposto pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS). A obra do DNOCS pretende desapropriar mais de 13 mil hectares de terras da Chapada do Apodi em benefício do agronegócio, afetando mais de 800 famílias que vivem e produzem de forma agroecológica, ameaçando a autonomia da agricultura camponesa no território.
Sobre os preparatórios para a Caravana, Agnaldo Fernandes, secretário do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Apodi, diz: “estamos construindo de forma coletiva e com muito cuidado para que a gente possa ter um encontro de trocas de conhecimento que venha a favorecer a agroecologia em nossa região”.
Serão mais de 200 participantes entre representantes de entidades que trabalham agroecologia no nordeste e organizações e agricultores anfitriões do evento: “a Caravana de Apodi será um momento muito rico para pautar na sociedade a importância da agroecologia e para dizer que o mundo que queremos é o mundo onde homens e mulheres sejam livres para viver e plantar no campo respeitando a natureza e os valores humanos”, fala Conceição Dantas, Militante da Marcha Mundial das Mulheres, que compõe a organização do encontro.
Constroem a Caravana diversas organizações sociais, dentre elas, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, a Comissão Pastoral da Terra, a Marcha Mundial das Mulheres, a Coopervida, a Terra Viva, Seapac, MST, CUT, Sertão Verde, Núcleo Tramas, Cáritas Limoeiro, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).