Protesto pelos direitos indígenas interrompe reunião com governo em Altamira (PA)

A estudante Daniela Silva segura a Constituição no protesto na Aciapa (Marcelo Salazar - ISA)
A estudante Daniela Silva segura a Constituição no protesto na Aciapa (Marcelo Salazar – ISA)

Índios, ribeirinhos e representantes de movimentos sociais da região participaram da mobilização

Letícia Leite, ISA

Manifestantes interromperam a reunião do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS), que acontecia em Altamira (PA), na manhã desta sexta-feira (4/10). Os cartazes pediam o arquivamento da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, protestavam contra a redução das unidades de conservação e terras indígenas e a decisão de construir a hidrelétrica de Belo Monte, tomada sem consulta aos povos indígenas e tradicionais da região.

Índios, ribeirinhos e representantes de movimentos sociais participaram da mobilização, na sede da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Altamira (Aciapa), no centro da cidade.

A PEC 215 transfere do Executivo para o Congresso a atribuição de aprovar as demarcações de terras indígenas. Caso aprovada, significará, na prática, a paralisação definitiva das demarcações.

Representantes do governo federal vêm à cidade uma vez por mês para participar das reuniões do PDRS Xingu, fórum de participação paritária do qual também fazem parte representantes da empresa Norte Energia S.A, concessionária da usina de Belo Monte. Por isso, a reunião tem sido espaço de protestos durante os últimos meses. O PDRS Xingu tem R$ 500 milhões para o desenvolvimento de 11 municípios afetados pela hidrelétrica em 20 anos.

O protesto faz parte da Mobilização Nacional Indígena, que começou na segunda (30/9) e vai até amanhã (5/10), quando a Constituição completa 25 anos. Durante toda a semana, ocorreram protestos, trancamento de rodovias e atividades em várias regiões do País.

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