Indignação…

regina_bruno-150x150Por Regina Bruno*

Ontem à noite (sábado, 28), após arrombar o cadeado da porta central e invadir o salão principal da Câmara Municipal do Rio de Janeiro onde os professores grevistas encontravam-se acampados, a força policial deu início ao ritual de agressões aos manifestantes. Marca registrada de uma polícia que não sabe lidar com mobilizações de rua nem com grupos sociais que reivindicam direitos e ensinam o significado histórico da desobediência civil – condição da construção da cidadania e da recusa à barbárie.

A certa altura um dos policiais se vê face a face com a sua professora. Os dois, atônitos, por um instante se olham e se reconheceram.

– Fulano, sou eu a sua professora! Sou eu! Olhe para mim!

– Professora!

Por um momento ele não sabe o que fazer e o que dizer. Seguir em frente?! Recuar?! Informá-la que “apenas” cumpre ordens?!. Entretanto o empurra-empurra os arrasta e os separa.

A partir daquele instante se desfaz a relação professor-aluno cuidadosamente construída na sala de aula e fora dela. Rompe-se e se esgarça essa intrincada, rica, difícil, bela e cansativa vivência cotidiana voltada para a troca de conhecimentos e de aprendizados que possibilita o cultivar dos afetos. Enfraquece os laços de amizade, “condição para a recusa de servir” como nos ensina Marilena Chauí ao refletir sobre o “Discurso da Servidão Voluntária” de La Boethie. E todos (as) nós também perdemos com isso. (mais…)

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Frutos do cerrado geram renda para 12 famílias

Associação criada há cerca de seis meses por mulheres do assentamento Estrela produz pães e bolos (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado)
Associação criada há cerca de seis meses por mulheres do assentamento Estrela produz pães e bolos (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado)

Por Paula Vitorino, Jornal Correio do Estado

Brigadeiro de pequi ou bolo de baru? As opções de guloseimas com frutos típicos do cerrado, à primeira vista, podem provocar cara feia ou mesmo de dúvida na maioria dos sul-mato-grossenses, mas as mãos habilidosas de um grupo de mulheres estão fazendo os produtos caírem no gosto de quem prova e gerar renda para pelo menos 12 famílias, conforme mostra reportagem de hoje do jornal Correio do Estado.

As empreendedoras integram a Associação Broto Frutos Culinária do Cerrado Rosinhalu, de Campo Grande. Elas enxergaram no quintal uma oportunidade de aumentar a renda, além de oferecer alimentação saudável e divulgar o que é de Mato Grosso do Sul.

Segundo a reportagem do Correio do Estado, quase todas as mulheres moram no Assentamento Estrela e fazem parte da Agricultura Familiar. Há cerca de um ano elas decidiram aproveitar tudo que a terra lhes oferecia e, hoje, conseguem um incremento de cerca de R$ 300 mensais na renda com a venda dos produtos. (mais…)

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Nota da Fundação Nacional do Índio sobre a Mobilização dos Povos Indígenas

FUNAI-logoA Fundação Nacional do Índio – FUNAI, a par da mobilização que será realizada pelo Movimento Indígena na semana compreendida entre os dias 30/09 a 05/10/13, convocada pela Articulação dos Povos Indígenas no Brasil – APIB, que tem como pauta e objetivo a defesa da Constituição Federal, cuja promulgação completa 25 anos no dia 05/10/2013, e da garantia e efetivação dos direitos dos Povos Indígenas, dos Quilombolas, de outras comunidades tradicionais, e dos camponeses, entende que:

1. Constituição de 1988, reconhecida como Constituição Cidadã, estabelece o marco de um projeto político voltado a consolidar os princípios, diretrizes, e direitos voltados à garantia de um Estado Democrático de Direito, consagrando a justiça social, a igualdade, a liberdade, e a diversidade cultural como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.

2. Esse avanço se deu como resultado da luta pela redemocratização do Estado, e se concretizou mediante o protagonismo da sociedade civil e a forte mobilização de diversos segmentos sociais, historicamente desconsiderados como sujeitos políticos e detentores de direitos, dentre os quais se destacaram os Povos Indígenas.  (mais…)

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No Pará, índios discutem estratégias de proteção em áreas ameaçadas

Foto: Vídeo G1 PA
Foto: Vídeo G1 PA

Região da bacia do rio Xingu está ameaçada pelo desmatamento. Índios, ribeirinhos, extrativistas e ambientalistas participaram do encontro.

Do G1 PA

Lideranças indígenas da bacia do rio Xingu estiveram reunidas neste fim de semana em Altamira, do sudoeste do Pará, para discutir estratégias de proteção para o corredor ecológico da região. A bacia é formada por terras indígenas e áreas de proteção ambiental que estariam ameaçadas pelo desmatamento e a construção de grandes projetos.

Cerca de 80 lideranças indígenas de 25 etnias do Pará e do Mato Grosso participaram do encontro, entre caciques, guerreiros Caiapó, ribeirinhos, extrativistas, ambientalistas e pesquisadores. De acordo com um dos organizadores do evento, Marcelo Salazar, a área em questão está sendo ameaçada.

“A finalidade desse evento é discutir o futuro das áreas protegidas do Xingu. A bacia do rio Xingu é uma área única com 28 milhões de hectares de áreas protegidas, então, mais de 50% da área da bacia está protegida e o futuro destas áreas está ameaçado e tem uma diversidade socioambiental a ser preservada”. (mais…)

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Indígenas promovem manifestação em frente ao Congresso nesta terça

mobilização nacional apib

Agência Câmara

A Mobilização Nacional Indígena promove nesta terça-feira (1/10), às 16 horas, ato público em frente ao Congresso Nacional contra propostas que restringem os direitos de populações indígenas. Durante esta semana, estão programadas manifestações em pelo menos quatro capitais (Brasília, São Paulo, Belém e Rio Branco).

A Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) convocou a mobiliação para marcar os 25 anos da Constituição, que serão completados no próximo sábado (5/10). O artigo 231 da Carta Magna assegura o direito dos povos indígenas sobre suas terras.

De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que integra a mobilização, o objetivo é protestar contra “o ataque generalizado aos direitos territoriais dessas populações de parte do governo, da bancada ruralista no Congresso e do lobby de grandes empresas de mineração e energia.” (mais…)

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RS – Indígenas retomam território em Sananduva. Aumenta clima de tensão no norte do Estado

índiazinha RS
Por Fernanda da Costa, em Zero Hora

Cerca de cem índios invadiram [SIC] uma propriedade rural  [SIC] em Sananduva, no norte do Estado, na manhã desta segunda-feira. Esta é a segunda vez que uma propriedade  [SIC] do município é invadida  [SIC] em menos de três meses. Os indígenas reivindicam a demarcação de uma área de 1,9 mil hectares em Sananduva e em Cacique Doble.

O grupo invadiu  [SIC] uma propriedade  [SIC] na comunidade Bom Conselho e ocupou uma residência que estava vazia, por volta das 6h30min. Conforme a Brigada Militar do município, os índios entraram no local armados com flechas e lanças e pedem  [SIC] a demarcação das terras em até 48 horas. Caso o pedido não seja atendido, o grupo relatou à BM que deve invadir outras propriedades  [SIC] . Antes da invasão  [SIC] , de acordo com a polícia, os indígenas estavam acampados em uma área particular de Cacique Doble, município vizinho. (mais…)

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Povo Tupinambá realiza caminhada em defesa de direitos e pela demarcação de terras

caminhada tupibambáPor Haroldo Heleno, de Olivença (BA), para CIMI

Cerca de mil indígenas Tupinambá de Olivença e organizações da sociedade civil, estudantes, movimentos sociais e igrejas realizaram na última sexta-feira, dia 29, a XIII Caminhada dos Mártires Tupinambá, na cidade de Olivença, sul da Bahia.

O manifesto saiu da Igreja Nossa Senhora da Escada, no centro do município, às 9 horas, e se dirigiu até a praia do Cururupe, cerca de sete quilômetros de caminhada. A XIII caminhada, este ano, faz parte da Mobilização Nacional Indígena em defesa da Constituição, que no próximo dia 5 de outubro completará 25 anos.

A XIII Caminhada quer trazer a lembrança de um passado não muito distante e que não difere muito do momento atual pelo que passa o povo Tupinambá. A partir da recente luta do povo pelos seus direitos, e na defesa de suas terras, a perseguição e a violência da elite local voltam à tona de maneira preconceituosa e colonialista, tal como nos séculos passados.

Muitos ainda lembram-se das lutas e perseguições ocorridas entre as décadas de 1920 e 1930, quando ocorreram perseguições e violências contra as lideranças. Segundo os mais velhos, a “Revolta de Marcelino”, nome dado ao que ocorreu, foi porque ele não queria que fosse construída a ponte sobre o rio Cururupe. (mais…)

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“Brasília não escuta a gente”, diz chefe do povo Kuikuro

Foto: Carlos Fausto
Foto: Carlos Fausto

Em Paris para a abertura da exposição Genesis, de Sebastião Salgado, Afukaká Kuikuru defende os indígenas e critica o ataque aos seus direitos no Congresso. A reportagem é de Felipe Milanez, em seu blog

IHU On-Line – Encontrei Afukaká Kuikuro, grande chefe do povo Kuikuru, do Alto Xingu, em Paris. Afukaká havia sido convidado por seu amigo, o espetacular fotografo Sebastião Salgado, para participar da abertura de sua exposição, Genesis, na capital francesa, onde reside. Salgado me disse que tinha se hospedado na casa de Afukaká no Xingu, com Lélia, sua espoa, e sido muito bem tratado. Estava, agora, retribuindo a gentileza. Afukaká veio com o antropólogo Carlos Fausto, que trabalham ha anos juntos, e fez a aproximação com o fotógrafo.

Na Maison Européene de la Photographie, no bairro do Marais, umas das fotos que mais chamava a atenção era uma grande ampliação de Afukaka. Em meio a tantas imagens incríveis de diversas partes do mundo, ali dava pra ver o líder xinguano em seus dois trajes de gala: o que porta na aldeia, na imagem, e o que porta em Paris. O chefe parecia orgulhoso em posar. Como um diplomata, era atencioso, sorria, mesmo sem entender o que diziam, por vezes, com ajuda da tradução de Fausto, e sempre muito simpático. Fausto abre sua exposição individual de fotografias sobre os Kuikuru no dia 2 de outubro, no mesmo local. A exposição se chama, em tradução: “Nus e vestidos a caráter “. (mais…)

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