BA – Edificante: “Subsecretário do governo Wagner atira para impedir invasão do MST em Salvador”

Ari Pereira de Oliveira, subsecretário de Segurança Pública da BA, usa arma de fogo para impedir invasão do prédio. Foto: Salvio Oliveira/MST
Ari Pereira de Oliveira, subsecretário de Segurança Pública da BA, usa arma de fogo para impedir invasão do prédio. Foto: Salvio Oliveira/MST

FOLHA/UOL

Um funcionário do primeiro escalão da gestão Jaques Wagner (PT-BA) usou arma de fogo na manhã desta terça-feira (10) para dispersar militantes sem-terra que protestavam em um prédio do governo, em Salvador.

Delegado de carreira, o subsecretário de Segurança Pública, Ari de Pereira Oliveira, fez o disparo durante tentativa de invasão do prédio da secretaria por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Ninguém ficou ferido –o tiro atingiu uma vidraça. Oliveira é subsecretário da pasta desde o início do governo Wagner, em 2007.

Os sem-terra cobravam agilidade nas investigações sobre o assassinato, em abril deste ano, de um dirigente do MST na zona rural de Iguaí, no sudoeste baiano.

Embora a Secretaria da Segurança tenha confirmado o disparo do subsecretário, as versões são diferentes. A pasta diz que o tiro ocorreu quando os sem-terra já haviam invadido o prédio, mas o MST afirma que os integrantes estavam em um saguão de acesso ao público em geral.

“Quando chegamos na entrada da secretaria, fomos recebidos pelo subsecretário com arma. Ele deu um disparo em direção aos manifestantes”, disse Márcio Matos, da coordenação nacional do MST, que estava no ato.

Segundo a secretaria, cerca de 600 sem-terra invadiram o prédio “armados com foices, facões, machados, enxadas e paus”.

“Eles já ocupavam o térreo e pretendiam subir as escadas para acessar outros pavimentos quando foram impedidos por um disparo de advertência. A ação fez os manifestantes recuarem e garantiu a integridade das instalações e dos servidores que já tinham chegado ao trabalho”, disse a pasta, em nota.

De acordo com a secretaria, a invasão ocorreu sem que os sem-terra tivessem tentado agendar previamente uma audiência com o secretário para tratar do caso.

Ainda segundo o governo baiano, após os manifestantes ultrapassarem as catracas no térreo do prédio, policiais tentaram acalmá-los, mas o grupo insistiu em subir até os andares superiores. Neste momento, o subsecretário, que estava no primeiro andar, fez um disparo para tentar conter a invasão.

O disparo, segundo a pasta, foi a medida “mais rápida e mais adequada ao momento”, pois era horário da troca de guarda e não havia muitos seguranças no local.

À tarde, representantes do MST conseguiram se reunir com o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, e receberam a promessa de agilidade na investigação sobre o assassinato do dirigente do grupo.

Desde segunda-feira (9), cerca de mil sem-terra ocupam a sede do Incra em Salvador, em reivindicação pela reforma agrária no Estado.

Enviado para Combate Racismo Ambiental por Ione Rochael.

Comments (1)

  1. O subsecretário está corretíssimo. Os do MST se consideram cidadãos especiais, acima da lei, invadem e tomam à força o que querem, o que nunca trabalharam para conseguir. Queriam conversar com o secretário? Com facões nas mãos? Só um tipo de gente sai de casa armada para “conversar” : bandido.
    E bandido se recebe a bala, como fez Ari Pereira. Parabéns para ele.
    Mais:
    http://amarretadoazarao.blogspot.com.br/2013/09/ari-pereira-subsecretario-de-seguranca.html

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