
Grupo de Amigos Pessoais era formado por militantes socialistas que são homenageados anualmente até hoje
– Presidente, as pessoas se perguntam quem são esses sujeitos armados que vivem atrás do senhor e creio que não são da guarda oficial do palácio – questionou um jornalista do diário chileno El Mercurio, durante um evento, em 1971.
– Este é um grupo de amigos pessoais – respondeu Salvador Allende, batizando, sem querer, sua guarda presidencial informal.
Chegaram a ser mais de 150 homens, mas no final foram somente 18. Eles formavam o GAP (Grupo de Amigos Pessoais), uma equipe de guarda-costas recrutada entre militantes socialistas para proteger a vida de Allende. Não eram os melhores amigos do presidente chileno, mas foram os que ficaram ao seu lado até o último dia.
Poucos daqueles homens que compunham a guarda presidencial informal puderam sobreviver à ditadura, e a maioria deles vive fora de Santiago – e outros tantos, que foram ao exílio, nunca mais retornaram ao país. Sua história se mistura com a do próprio projeto da Unidade Popular. Através dela, se pode conduzir o relato do que foi a experiência que Allende costumava chamar de “uma revolução feita com empanadas e vinho tinto”. (mais…)