“É que a televisão me deixou burro, muito burro, demais”, por Leonardo Sakamoto

Guarani-Kaiowá e GloboPor Leonardo Sakamoto, em seu blog

Resolvi aperfeiçoar um roteiro, postado por aqui anteriormente, com coisas que andei vendo na TV nos últimos dias. Acho que agora está digno.

Cena de fazenda ocupada por indígenas. Zoom na latinha de cerveja. Câmera abre até mostrar indígenas sentados em roda, rindo de algo. Locução do repórter cobrindo as imagens:

– Eles estão festejando a invasão de trocentos mil hectares de terra. Terra que, até então, era produtiva.

Close em um deles, no que fala errado. Desfocar as crianças indígenas com cara de pobres ao fundo. Foco na falta de dentes do entrevistado. Se estiverem sujos, melhor. 

– Estamos esperando o governo nos atender, né?

Observação: Editar e jogar fora a parte do “Os pais dos pais dos meus pais costumavam viver nessa terra. Hoje, minha família vive de favor em outro terreno com outras famílias, né? Muita gente, não cabe, não dá para plantar, né?” (mais…)

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Nota da Aty Guasu sobre a “justiça” dos fazendeiros e seus jagunços contra os Povos Indígenas do Brasil

Aty Guasu - assassinatos

NOTA PÚBLICA DA ATY GUASU PARA TODAS AUTORIDADES NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Esta nota da Aty Guasu Guarani e Kaiowa visa destacar as formas de julgamento e a condenação dos integrantes dos povos indígenas no Brasil pela outra “justiça financiada” dos fazendeiros e sobretudo condenação das lideranças indígenas de frente pelos pistoleiros dos anti-indígenas, os fazendeiros, políticos, etc.

Essas condenações foram e são promovidas pela outra “justiça” só dos fazendeiros no atual Brasil que já julgaram, condenaram e ainda condenam os povos e as lideranças indígenas à pena de morte e genocida no Brasil. Essa condenação histórica dos povos indígenas do atual Estado da Bahia e do litoral às mortes já foi registrada como o maior genocida da história da humanidade que perdura até os dias de hoje. Os mandantes e autores desse maior genocida da humanidade não são punidos pela justiça nacional e internacional. (mais…)

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“O pior é um preto racista” …

Faculdade de Direito UFRGS, 2007.
Muro da Faculdade de Direito da UFRGS em 2007, quando as cotas estavam em discussão na universidade.

“O pior é um preto racista” quando apontam o oprimido como seu próprio opressor

Por Higor Faria, em Rede Mandacaru

Na cidade de Charlotte, Estados Unidos, a pastora negra Makeda Pennycooke pediu para que “apenas pessoas brancas” trabalhassem na recepção de fiéis, alegando a “importância da primeira impressão” e justificando que a igreja quer “o melhor do melhor nas portas da frente”. Lamentável! Mas não vou entrar na discussão de como instituições religiosas cristãs perpetuam e reforçam o racismo, o machismo e outros ismos no mundo.

Nas últimas semanas, o que eu ouvi e li?—?inclusive nos comentários dessa matéria?—?sobre como existem “negros racistas” que reproduzem discursos e estereótipos também racistas não está nos hieróglifos egípcios (muita gente não sabe, mas o Egito fica no continente africano). Concordo que há pessoas negras que reproduzam discursos racistas. Infelizmente, é esperado que elas existam dada a configuração escravocrata e racialmente desigual na qual se construiu o Brasil. (mais…)

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SP – Manifestação pela descontaminação da lagoa da Lagoa do Jaraguá, no dia 13/09

A comunidade indígena do Jaraguá convida a todos os amigos e apoiadores da causa indígena para o ato em favor dos direitos dos povos indígenas do Brasil. No dia 13 de setembro, estaremos na manifestação em frente à aldeia e ao Parque Estadual do Pico do Jaraguá. O motivo é que existe um lago no parque que está há mais de 15 anos contaminado. Este rio passa por dentro da aldeia e prejudica a saúde da população.

A aldeia Guarani do Jaraguá, que é a menor terra indígena do Brasil, está na luta pela ampliação das terras há mais de 20 anos. Lutamos até o momento, e nada mudou. Chegou o ponto em que precisamos unir forças com a população de São Paulo para que apóiem nossa luta.

O parque estadual está sendo privatizado, e logo a população vai ter que pagar para utilizar esta área pública de lazer. (mais…)

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STJ – Empresas pagarão dano moral coletivo por armazenamento inadequado de amianto

“A degradação do meio ambiente, ainda que de forma reflexa, dá ensejo ao dano moral coletivo.” Essa foi a conclusão do ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao apreciar recurso especial de três empresas, em virtude do armazenamento inadequado de produtos de amianto.

No julgamento, realizado pela Segunda Turma do STJ, todos os ministros acompanharam o entendimento do relator. As empresas, condenadas solidariamente ao pagamento de indenização por dano moral coletivo, não conseguiram convencer a Turma de que a existência de “evidente ameaça de danos à sociedade” não configura dano concreto.

Indenização negada

O caso aconteceu no Rio de Janeiro. O Ministério Público do estado moveu ação contra a Brasiltel Material de Construções Ltda., Brasilit S/A e Eterbras Industrial Ltda. A sentença condenou as rés, solidariamente, a remover os produtos de amianto do pátio onde estava armazenado e, em caso de reincidência, estipulou multa diária de R$ 10 mil, por quilo de telha de amianto depositado no local.  (mais…)

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CNBB, CONIC, OAB, MST e outras entidades lançam Manifesto da Sociedade Civil pela Reforma Política Democrática e por eleições limpas

Regorma Política JáPropostas como proibição de doação de empresas para candidatos e estímulo à participação de mulheres e minorias na política serão entregues ao Congresso Nacional. Campanha tentará ainda coletar 1,5 milhão de assinaturas em favor das mudanças.

Por Dermi Azevedo em Carta Maior

O afastamento do poder econômico das eleições, proibindo a doação de empresas para os partidos e para os seus candidatos; a necessidade de reformular o sistema político, incluindo a questão de gênero; a regulamentação do artigo 14 da Constituição, em favor da democracia direta; o estímulo à participação dos grupos sociais minoritários; a melhoria do sistema político partidário, aumentando a participação de militantes e filiados em torno de um programa político, além da fidelidade partidária programática.

Essas são algumas das propostas que serão levadas nesta semana ao Congresso Nacional, com pedido de urgência, pela Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas.

Compõem o grupo representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Plataforma dos Movimentos Sociais, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e da Frente Parlamentar pela Reforma Política.

Essas entidades começarão imediatamente uma campanha nas igrejas, nos sindicatos e na sociedade civil em geral para coletarem mais de 1,5 milhão de assinaturas nesse projeto.  (mais…)

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Crime e preconceito: mães e filhos de santo são expulsos de favelas por traficantes evangélicos

xangoEXTRA – A roupa branca no varal era o único indício da religião da filha de santo, que, até 2010, morava no Morro do Amor, no Complexo do Lins. Iniciada no candomblé em 2005, ela logo soube que deveria esconder sua fé: os traficantes da favela, frequentadores de igrejas evangélicas, não toleravam a “macumba”. Terreiros, roupas brancas e adereços que denunciassem a crença já haviam sido proibidos, há pelo menos cinco anos, em todo o morro. Por isso, ela saía da favela rumo a seu terreiro, na Zona Oeste, sempre com roupas comuns. O vestido branco ia na bolsa. Um dia, por descuido, deixou a “roupa de santo” no varal. Na semana seguinte, saía da favela, expulsa pelos bandidos, para não mais voltar.

— Não dava mais para suportar as ameaças. Lá, ser do candomblé é proibido. Não existem mais terreiros e quem pratica a religião, o faz de modo clandestino — conta a filha de santo, que se mudou para a Zona Oeste.

A situação da mulher não é um ponto fora da curva: já há registros na Associação de Proteção dos Amigos e Adeptos do Culto Afro Brasileiro e Espírita de pelo menos 40 pais e mães de santo expulsos de favelas da Zona Norte pelo tráfico. Em alguns locais, como no Lins e na Serrinha, em Madureira, além do fechamento dos terreiros também foi determinada a proibição do uso de colares afro e roupas brancas. De acordo com quatro pais de santo ouvidos pelo EXTRA, que passaram pela situação, o motivo das expulsões é o mesmo: a conversão dos chefes do tráfico a denominações evangélicas. (mais…)

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STF – Negada liminar em ação sobre danos ambientais de mineradoras

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido de liminar formulado pela União, que pretendia suspender os efeitos de decisão em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina, na qual foi condenada a reparar danos causados ao meio ambiente por empresas mineradoras carboníferas em sete municípios do estado.

O pedido foi feito na Ação Cautelar (AC) 3437, na qual a União alega que não pode ser responsabilizada por atividades particulares lesivas ao meio ambiente quando a Constituição Federal atribui às empresas a responsabilidade pela reparação do dano. A AC 3437 pede que seja conferido efeito suspensivo ao Recurso Extraordinário (RE) 612592, que tem como relator o ministro Ricardo Lewandowski.

Em primeira instância, a União foi condenada, com o Estado de Santa Catarina e as empresas, a apresentar projeto de recuperação ambiental das localidades degradadas em decorrência do processo de mineração e a executá-lo no prazo de três anos. Juntamente com a sentença, foi proferida decisão antecipando os efeitos da tutela concedida, independentemente do trânsito em julgado. Em análise de apelação, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a decisão contra a União. (mais…)

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Comissões vão visitar DOI-Codi do Rio na 5ª, dia 12

DOI-CODI do Rio de Janeiro, na Rua Barão de Mesquita, Tijuca
DOI-CODI do Rio de Janeiro, na Rua Barão de Mesquita, Tijuca

Folha de S. Paulo/OAB

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado vão visitar na próxima quinta-feira o quartel do Exército onde funcionou o DOI-Codi do Rio de Janeiro, um dos centros da repressão durante a ditadura militar. Os senadores vão levar membros da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da Verdade do Rio – que em agosto foram impedidos pelo comando do Exército de visitar o local.

Os senadores dizem acreditar que desta vez não haverá restrições à entrada dos integrantes das comissões, uma vez que a visita dos congressistas foi negociada com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e com o general Enzo Peri, comandante do Exército.

Um grupo de senadores se reuniu com Amorim e Peri na terça-feira. O requerimento que autoriza a ida dos senadores foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Os congressistas chegaram a aprovar autorização para diligência no antigo DOI-Codi, mas a Comissão de Direitos Humanos transformou a ida em convite depois que o general formalizou a autorização para que o grupo conheça o local. (mais…)

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