Marco Antônio Martins – Folha de S.Paulo
Policiais da Delegacia de Homicídios ouviram o motorista do Cobalt cinza que seguiu o carro da Polícia Militar que transportou o pedreiro Amarildo de Souza, 43, até a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia 14 de julho. Depois disso, Souza não foi mais visto.
A informação de que um veículo seguiu o carro policial foi publicada ontem pela Folha.
O teor do depoimento não foi revelado. Há suspeita de que o veículo seja de um policial militar. À TV Globo, o delegado Rivaldo Barbosa, que investiga o caso, disse que até o momento “não há nenhum indício de que algum corpo tenha sido transportado neste veículo”.
Os policiais estão buscando as imagens de câmeras da prefeitura do Rio e de comércios para saber qual o caminho feito pelo Cobalt após deixar a Rocinha. No dia em que Amarildo de Souza desapareceu, os policiais viram nas câmeras instaladas na comunidade que o veículo segue a viatura onde está o pedreiro até o acesso à sede da UPP.
Após a entrada da viatura no local, o Cobalt fica estacionado no acesso interrompendo a passagem de outros carros. Depois de cinco minutos, o veículo dá ré para que o carro da polícia passe e segue atrás. Vai até o Centro de Comando e Controle no interior da favela e depois segue a viatura policial até um ponto da comunidade, conhecido como “Curva do S”.
Neste ponto, uma policial mulher desce da viatura e vai até a janela do Cobalt. Conversa com o motorista por uns dois minutos. Não é possível identificar se havia mais pessoas no veículo. Os vidros do carro tem películas de proteção nas janelas.
Através do rádio instalado no carro da PM foi possível descobrir que após deixar a Curva do S, a viatura percorreu ruas do Centro da cidade e da zona sul por três horas até voltar à Rocinha. A polícia agora procura descobrir se o Cobalt acompanhou a viatura policial, apesar dos PMs não tocarem neste assunto em seus depoimentos.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.