Prefeitura iniciou obra de mobilidade no local da construção de viadutos. Grupo resiste à construção de viadutos e defendem projetos alternativos
Do G1 CE
Arquitetos e estudantes de arquitetura apresentaram na noite deste domingo (11) projetos alternativos à construção de viadutos no cruzamento das vias Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales, em Fortaleza. A apresentação ocorreu no Parque do Cocó, onde um grupo acampa há 30 dias contra a obra que teve de derrubar 94 árvores no parque para a viabilização.
“Meu projeto muda completamente a visão defendida pela Prefeitura de Fortaleza. Eu defendo a democracia urbana, com um projeto que prioriza a mobilidade de bicicletas, pedestres, idosos e o transporte público”, diz o arquiteto Yuri Nobre.
A apresentação dos projetos alternativos foi idealizado pelo grupo Direitos Urbanos, que afirma que projetos de grande obras deve ser debatida com a população antes do início da construção. Após as apresentações, os projetos serão unidos em um caderno que será fornecido à Prefeitura de Fortaleza.
A maior parte dos projetos alternativos combate o uso de viadutos, que faz parte do projeto iniciado pela Prefeitura de Fortaleza. “Um viaduto liga um congestionamento a outro. Além de não resolver o problema de mobilidade, denigre a parte visual da cidade”, afirma a estudante Carla Feitosa.
“Esse projeto não foi debatido com a classe de profissionais. Ele é de 15 anos atrás, nesse tempo o número de carros em Fortaleza já dobrou. A minha ideia é criar um monotrilho sobre a Avenida Engenheiro Santana Júnior, que tem menos impacto visual que um metrô ou trem e faz uma conexão de passageiros entre dois trechos da cidades”, diz o estudante de arquitetura Vitor Xavier.
Além da apresentação dos projetos, o evento controu com apresentação musical e defesa do Parque do Cocó. “A nossa luta é a preservação do Parque do Cocó como todo. Queremos a legalização do parque e impedir que novas árvores sejam derrubadas. Também é preciso proteger o local das galerias, que trazem água de esgoto à área verde”, afirma Rosa da Fonseca, do Grupo Crítica Radical.
A Prefeitura de Fortaleza afirma que a construção viadutos é necessária para a viabilização das obras no local. A construção de túneis, como defende a maior parte dos manifestantes, iria afetar o lençol freático da região, segundo o poder municipal.
Para o início das obras foram derrubadas 94 árvores do Parque do Cocó. A Prefeitura de Fortaleza afirma que, para cada árvore derrubada, outras seis foram replantadas.
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Enviada para GT Combate ao Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros Silva.