“A cultura nativa da rede acaba entrando em conflito com a cultura secular do jornalismo na medida em que há, na rua, uma disputa, um confronto com a estrutura de poder existente”, aponta o pesquisador
Por Patricia Fachin e Ricardo Machado – IHU On-Line
Ao analisar as chamadas “coberturas coletivas” nas redes sociais e o conteúdo produzido pela mídia tradicional após as manifestações que ocorreram em diversas cidades brasileiras no último mês, o pesquisador da Universidade Federal do Espirito Santo, Fábio Malini, é contundente: “O que está em jogo é o poder midiático”. Para ele, “trata-se de duas ecologias em disputa”, personificadas “em figuras como Globo e Mídia Ninja. Ou seja, são elementos que se reduzem a duas formas que demonstram exatamente o conflito que estamos vivendo do ponto de vista de mídia”, pontua.
Na entrevista a seguir, concedida por telefone à IHU On-Line, Malini avalia a produção de conteúdo em rede, a exemplo da Mídia Ninja, que ganhou popularidade ao divulgar informações das manifestações em tempo real. “Essa é uma relação invisível, que gera uma potência da invisibilidade fantástica: a pessoa produz um vídeo de um protesto em Vitória, posta na rede via inbox, e envia para a Mídia Ninja publicá-lo, ou seja, conectar a invisibilidade com a visibilidade. A coordenação dessa rede é o elemento mais interessante da Mídia Ninja, mas ela está presente em muitas outras experiências”, menciona. E dispara: “Note que se não há 3G para todos, nada disso é possível acontecer”. (mais…)
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