Joziel Gabriel, indígena baleado em fazenda de MS, retorna para comunidade após 52 dias internado no DF

Joziel desembarca no aeroporto acompanhado de uma irmã. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Joziel desembarca no aeroporto acompanhado de uma irmã. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)

Indígena tem dificuldades de locomoção e utiliza cadeira de rodas. Joziel foi baleado nas costas em uma propriedade rural de Sidrolândia.

Fabiano Arruda, do G1 MS

O terena Joziel Gabriel Alves, 34 anos, desembarcou nesta quarta-feira (7), por volta das 12h40 (de MS), no Aeroporto Internacional de Campo Grande. Ele esteve internado por 52 dias na Rede Sarah, em Brasília, para tratar de ferimento provocado após levar um tiro nas costas, no dia 4 de junho, em uma fazenda de Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, região de conflito entre indígenas e produtores rurais.

Joziel chegou acompanhado de uma irmã e do pai, Antônio Saturnino, 60 anos, que estiveram com ele durante o período de internação.  O terena se locomove com ajuda de cadeira de rodas e trazia no colo uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Chegada de indígena após 52 dias de internação foi marcada por emoção. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Chegada de indígena após 52 dias de internação foi marcada por emoção. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)

O índio foi recepcionado com palmas e gritos de “guerreiro” por cerca de 20 pessoas, entre familiares e amigos, da aldeia Buriti, onde mora. “Agora é só alegria”, disse o pai. Segundo ele, a família fica  nesta quarta na casa de um familiar, na capital sul-mato-grossense, e na quinta (8) pela manhã retorna à comunidade indígena.

De acordo com Saturnino, Josiel fala bem, não perdeu os movimentos do corpo, mas ainda está com dificuldades para andar e por isso precisa da cadeira de rodas.

Ferimento
O terena foi baleado cinco dias após o índio da mesma etnia, Oziel Gabriel, morrer também alvejado por tiro, durante conflito com a polícia na fazenda Buriti. Ele foi encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande inconsciente e no dia 18 de junho foi levado para o Distrito Federal. À época, o indígena foi levado para Brasília em uma aeronave da Força Aérea Brasileira em que foi montada uma Unidade de Tratamento Intensivo.

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