Jovem assinou um termo de responsabilidade e se recusou a ir até hospital
Emerson Campos, Alice Maciel e Leonardo Augusto, no Estado de Minas
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisou ser acionado, neste sábado, para atender uma manifestante em greve de fome na Câmara Municipal de Belo Horizonte, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste da capital. Ana Sílvia, de 26 anos, passou mal no começo da manhã e acabou desmaiando. Ela e outro jovem, identificado apenas como Jesus, estão em greve de fome desde a última quinta-feira e já tinham sido atendidos pelos médicos da Casa nessa sexta.
Os socorristas do Samu que atenderam Ana pediram que a jovem fosse levada até um hospital para receber o atendimento necessário, mas ela se recusou. Para ser liberada, a manifestante assinou um termo de responsabilidade e garantiu que vai continuar, já que se comprometeu em “resistir até o limite”.
Expectativa de mais pessoas
Ao todo, cerca de 30 jovens ocupam a Casa, mas o número pode aumentar nas próximas horas. Os manifestantes que ocuparam a Câmara durante nove dias nos meses de junho e julho realizam neste sábado, às 15h, uma nova rodada da Assembleia Popular Horizontal. O encontro, que acontece embaixo do Viaduto Santa Tereza, vai decidir se eles vão reforçar o grupo que ocupou o prédio esta semana.
Câmara não cede a manifestantes
Nessa sexta-feira, o presidente em exercício da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Wellington Magalhães (PTN), afirmou que pretende tentar cumprir apenas em parte a pauta dos manifestantes que ocupam a Casa há dois dias.
Os jovens querem a convocação do prefeito Marcio Lacerda (PSB) para que faça prestação de contas do governo em audiência pública e que a Câmara forneça as planilhas de custos de empresas de transporte público da capital. Magalhães afirma que o prefeito já repassou os dados sobre a administração a vereadores, mas que vai conversar com a Mesa Diretora e com o próprio Lacerda sobre uma nova reunião. O encontro com os vereadores não foi em audiência pública.
Em relação às planilhas das empresas de transporte público, o presidente em exercício afirmou que não cabe à Câmara solicitar os documentos. “Isso tem que ser solicitado à BHtrans”.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.