MG – Quase 40 trabalhadores são libertados após denúncia de tráfico de pessoas, em Mateus Leme

Trinta e seis trabalhadores que viviam e trabalhavam em condições precárias, em Mateus Leme, na Grande BH, foram libertadas. A informação foi divulgada nesta terça-feira (16) pelo Ministério Público de Minas Gerais. O esquema de tráfico de pessoas foi descoberto depois que um trabalhador foi à Promotoria de Justiça de Mateus Leme, no início do mês para contar sobre a situação nas quais estavam vivendo os trabalhadores de uma empresa de pintura.

Os responsáveis pela empresa seriam os incumbidos de aliciar trabalhadores das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O denunciante é de Macapá, no Amapá, e contou que ao chegar para trabalhar encontrou uma realidade muito diferente da prometida ao chegar na Grande BH.

Além de encontrar péssima estrutura de alojamento, alimentação precária e salário abaixo do informado, o trabalhador teve a carteira de trabalho recolhida pela empresa contratante, que se negou a devolvê-la ao empregado.

O fato levou o Ministério Público de Minas Gerais a acionar a Polícia Militar. “Para a nossa surpresa, com a atuação da PM, 25 empregados, provenientes dos Estados do Maranhão, Piauí e Bahia, narraram as mesmas condições e fatos que evidenciaram a prática de tráfico de pessoas”, conta a promotora de Justiça Cynthia Maria dos Santos, de Mateus Leme.

O caso, então, foi encaminhado ao Ministério do Trabalho e do Emprego, que, por meio de seus auditores, visitou a cidade e confirmou as condições narradas pelos empregados. Ao todo, foram resgatadas 36 vítimas do tráfico.

Além disso, foi apurado que a empresa de pinturas havia sido contratada de forma ilegal por uma empreiteira responsável por obras em Mateus Leme. A irregularidade na terceirização de serviços levou à responsabilização da contratante.

“Mediante ordem dos auditores do trabalho, os trabalhadores foram imediatamente para Belo Horizonte para que as providências trabalhistas pudessem ser tomadas”, explica a promotora de Justiça Cynthia dos Santos.

*Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.