Adital – Lima acolherá de 7 a 13 de julho a Jornada Internacional”Povos Indígenas e Direitos”, uma das últimas a realizar-se no país antes da Conferência Mundial dos Povos Indígenas, que celebrará as Nações Unidas em 2014. O encontro reunirá líderes indígenas de mais de 20 países da América Latina e Caribe.
“Se faz necessário construir pontes entre as diferentes organizações indígenas, tanto do interior do nosso país como no cenário internacional, para dialogar e acordar em torno de temas e processos que nos envolvem, mas sobre os quais temos diferentes pontos de vista”, assinalam suas organizações. (mais…)
Essa máxima de Tolstói é repetida, com algumas variações, em diferentes momentos de sua obra política. A afirmação é tão mais impactante quanto maior for o compromisso do leitor em buscar a coerência entre seu pensamento e sua ação, tentando modificar, obviamente, a segunda. Esse conceito, caro às nossas consciências, tem sido resumido hoje em dia na palavra integridade. A necessária busca pela integridade, pela coerência entre suas convicções e sua forma de transformá-las em ações transformadoras no mundo em que você vive tem um nome: política (mesmo quando você pensa que está sendo “apolítico”). A grande força do pensamento de Tolstói, está em retornar ao óbvio e apontar que essa coerência pessoal não pode nunca conciliar o inconciliável.
As contradições mais profundas, porém, parecem ser as que ignoramos com maior facilidade. À sua época, Tolstói questionava se era possível conciliar a lei do amor com o serviço militar obrigatório. Hoje, convivemos com as mesmas contradições que Tolstói nos apontava e nos questionamos espiritual e politicamente: é possível conciliar a lei do amor e a Polícia Militar? É possível conciliar um sistema realmente democrático com uma polícia de estrutura militar? (mais…)
Depois do famoso caso de grilagem promovido pelo empreiteiro Cecílio do Rego Almeida (Veja AQUI), um novo episódio de tentativa ilegal de apropriação de mais de um milhão de hectares de terras públicas vem à tona na chamada Terra do Meio, no município de Altamira, no Pará. Desta vez, a fraude fundiária envolve o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR), promessa do governo estadual do Pará e do governo federal para promover a regularização ambiental das ocupações.
Matéria feita pelo jornal “O Liberal”, de Belém, no último 28 de junho, revela que o empresário paranaense Rovílio Mascarello teria tentado se apropriar de três grandes áreas que somadas totalizam 1.222.814,54 hectares, todas inteiramente sobrepostas a unidades de conservação federais criadas para deter o desmatamento que avança em diversas frentes nesta região e para assegurar direitos territoriais a comunidades tradicionais de antigos seringais. A dimensão dos imóveis chamou atenção da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará (SEMA) que encaminhou denúncia ao Ministério Público Federal no Pará e cancelou os CARs Provisórios por indícios de irregularidade. (mais…)
O governador Sérgio Cabral divulgou um comunicado defendendo a ação da Polícia Militar frente ao protesto realizado nesta quinta-feira a noite (4/7) na frente da sua própria residência, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. No comunicado, ele afirma que “a PM esteve presente e se comportou de forma pacífica para garantir a manifestação e somente agiu depois que as agressões se tornaram insustentáveis”. Na manhã desta sexta-feira, o policiamento foi reforçado no local.
O cenário descrito pelo governador não parece, no entanto, o mesmo vivenciado por quem esteve presente na manifestação. O ato começou por volta das 18h e seguiu de forma pacífica até às 23h, quando começou o confronto entre policiais e manifestantes. Algumas pessoas que estavam na linha de frente dizem terem visto algo voar na direção dos policiais (um objeto branco, que seria um papel ou ovo). Depois disso, a repressão que se seguiu foi, mais uma vez, absolutamente desproporcional. (mais…)
Toda cidade tem suas escolhas. A opção de se gastar um montante de mais de R$ 1,2 bilhão na reforma do Maracanã é algo razoável? Não, não é, afirmam urbanistas do Rio e especialistas de outras áreas, indignados com a terceira reforma do estádio. As mudanças em curso no “Maraca” estão também no topo da lista das críticas de manifestantes que tomaram as ruas do Rio de Janeiro, especialmente nos protestos deste domingo, enquanto a seleção brasileira se preparava para disputar a final da Copa das Confederações com a Espanha. Os preços de ingressos foram proibitivos para boa parcela dos cariocas. A crítica invadiu até os gramados do estádio. Antes do início da partida, um casal que fazia parte da coreografia oficial abriu uma faixa pedindo a “anulação da privatização do Maracanã”.
O gigante já havia custado aos cofres públicos mais de R$ 400 milhões em duas reformas anteriores: em 2000 e 2007, ou seja, um Engenhão inteiro fora torrado ali. E não para por aí. O Maracanã, parafraseando famoso refrão, não é mais nosso. Apesar de ser um bem tombado, o governo do estado derrubou a antiga cobertura com uma autorização apenas da superintendência do Instituto do Patrimônico Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que seria duramente criticada pelo próprio conselho do Iphan em Brasília. Com o estádio já quase pronto, o governo do estado fez uma concessão cuja concorrência foi vencida pelo grupo formado pelas empresas Odebrecht (com 90%), IMX Venues e Arena S.A (de propriedade de Eike Batista, com 5%) e AEG Administração de Estádios, que vão ficar à frente do estádio nos próximos 35 anos. E ainda faltam obras no entorno do estádio com previsão de mais de R$ 300 milhões. (mais…)
Eles tinham 120 segundos, contados nervosamente na cabeça. Era o tempo entre o finalzinho da apresentação da cantora Ivete Sangalo e a saída de todos os voluntários do gramado do Maracanã, para o encerramento da abertura da final da Copa das Confederações. Foram necessários, no entanto, menos de dez segundos para mostrarem dentro do templo do futebol do país o reflexo da indignação que tomou as ruas nas últimas duas semanas. Em meio ao excesso de controle da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que entrava em confronto com os manifestantes nas imediações do estádio minutos antes do início do jogo, dois recados atravessaram o bloqueio. O primeiro: “Pela imediata anulação da privatização do Maracanã”, figurou em uma faixa azul aberta por dois integrantes da coreografia. O segundo, “Ser gay é… mara. Aberração é preconceito”, apareceu em seguida na faixa de um terceiro voluntário.
Desde domingo, eles receberam centenas de recados nas redes sociais e aparecem em fotos replicadas milhares de vezes na internet. Na maioria dos casos, com legendas de apoio ao protesto e outras bem-humoradas como “bolinhas-ninja” “bolinha manifestante” ou “joaninhas revolucionárias”, apenas para mencionar algumas. As expressões se referem à fantasia que utilizavam no momento do protesto, carregando uma estrutura que representava uma bola. Mas eles têm rosto, nome e histórico de participação nos movimentos. Os atores Claudia Wer e Elton Moraes foram os responsáveis pela faixa contra a privatização do “Maraca” e o também ator Alex Tietre levantou sozinho o protesto contra a homofobia. (mais…)
Por Ruy Sposati, de Campo Grande (MS), para o CIMI
Depois de um mês de resistência e de decisões desfavoráveis na Justiça, os cerca de mil indígenas Terena que ocupam a Fazenda Esperança, em Aquidauana (MS), podem respirar aliviados – por enquanto. Por volta das 18h de sexta-feira, 5, o Tribunal Regional da Terceira Região (TRF-3) acatou pedido dos indígenas e suspendeu a reintegração de posse que ameaçava a comunidade de despejo e morte – depois de ter negado, no mesmo dia, um primeiro recurso da comunidade, que pedia o cancelamento da reintegração de posse de área ocupada. Segundo decisão da Justiça Federal, estava autorizado o uso de força policial para a retirada das famílias que estão no local.
Dia 30 de maio, cerca de 800 indígenas ocuparam o território onde incide a Fazenda Esperança. O terreno é parte da Terra Indígena Taunay-Ipegue, em processo de demarcação. O proprietário da área entrou com pedido de reintegração de posse na Justiça, concedido no dia 14 de junho.
O juiz Renato Toniasso, da 1ª Vara Federal de Campo Grande, determinou que os indígenas deveriam ser removidos da área, e havia concedido 10 dias para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) fizesse a retirada pacífica dos indígenas que ocupam a fazenda. (mais…)