Por Vilma Reis*
No contexto das forças políticas, os Movimentos Negros e de Mulheres Negras se organizam no país contra a reação conservadora que se levanta contra as diferentes formas de reparação, seja no mercado de trabalho, no acesso à educação ou no acesso a recursos, para que um grupo majoritário da sociedade brasileira, a população negra, possa apresentar suas narrativas para as gerações atuais e deixe seu legado, na dramaturgia, na dança, na música ou em outra forma de manifestação da cultura, para as gerações vindouras. Essa manifestação do conservadorismo quando não permite a equidade, através de ações afirmativas, impede a partilha dos bens e recursos produzidas por todo povo brasileiro, evidenciando que é o racismo que estrutura o Brasil, onde o medo branco da onda negra permanece como um fenômeno longevo.
O Ministério da Cultura, conhecido como MinC, uma instituição com apenas 28 anos de existência, tão jovem como o recente período que o Brasil vive de intervalos de regimes autoritários, até 2012 o MinC seguia como se não houvesse divergência e vontade por parte daqueles e daquelas que produz a cena cultural negra em sua diversidade, à demanda por acessar os recursos do Ministério. Fóruns, Conferências, Painéis locais e nacionais foram organizados, Cias, Coletivos, Grupos, Posses foram erguidas, sempre cumprindo uma missão secular de ofertar a cultura, não como produto da indústria mas como reflexão, alimento, transmissão, para nossas dores, respostas contundentes diante das tragédias, das alegrias e celebrações da memória. (mais…)
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