Por Barack Fernandes*, no Territórios Livres do Baixo Parnaíba
A diretoria da Fetaema, representada pelo presidente Chico Miguel, a secretária Geral, Ângela Sousa e o secretário de Formação e Organização Sindical, Ivaí Santos, apresentou em Coletiva de Imprensa nesta quinta-feira (22) na sede da Federação, um Relatório dos atuais Conflitos Agrários em situação mais crítica no Maranhão.
No relatório foram apresentadas as duras consequências da disputa pela terra, que afetam trabalhadores (as) rurais na comunidade do Vergel no município de Codó; no povoado Cipó Cortado em Senador La Roque; Acampamento Dois Irmãos e Projeto de Assentamento Capoema em Bom Jesus das Selvas; P.A Sit em Santa Luzia; P.A Guairacas em Buriticupu; P.A Santa Maria em Satubinha; Comunidade Vilela em Junco do Maranhão; Projeto Agroextrativista Bacuri em São Raimundo das Mangabeiras; P.A Mesbla em Governador Nunes Freire; Quilombo Santa Maria dos Moreiras e Puraquê em Codó; Quilombo São Pedro em São Luiz Gonzaga; Quilombo Santana e São Patrício em Itapecuru; Quilombo Salgado e Pontes em Pirapemas. Ao todo 15 comunidades afetadas.
Na Coletiva a diretoria da Fetaema, acompanhada dos advogados da Federação, Diogo Cabral e Antônio Pedrosa, ainda denunciou o conflito na comunidade São Raimundo, localizado no município de Urbano Santo. De acordo com os representantes da Fetaema, neste povoado além da expulsão e ameaça das famílias de trabalhadores (as) rurais, é comprovada por pesquisadores a importância histórica de São Raimundo como palco da maior revolução popular no Maranhão, a tão conhecida “Guerra da Balaiada”.
No relato feito pela Federação foi constatado que atualmente moram em São Raimundo cerca de 54 famílias que trabalham em atividades rurais, como: plantio de mandioca, macaxeira, feijão, milho, arroz, maxixe, quiabo, abóbora, bata-doce, gergelim,fava, vinagreira, alface, tomate, pimentão, pimenta de cheiro, pepino e com a criação de pequenos animais. Além dos plantios e criações, ainda é praticado o extrativismo do bacuri, pequi, buriti, Jussara, babaçu, mangaba, caju, acerola, goiaba-araçá. A comunidade tem hoje três Projetos Produtivos: criação galinha caipira, manejo de bacurizeiros e roça agroecológica.
Porém todo o território tradicionalmente ocupado por estas famílias, aproximadamente de 1.635 hectares, está sob ameaça do grileiro Luis Evandro Loueff, conhecido como “gaúcho”. “O “gaúcho” já esteve na comunidade afirmando que teria uma licença ambiental de desmatamento para devastar 945 hectares de bacuri, pequi, aroeira, ipê e outras espécies nativas do cerrado para a construção de uma carvoaria. Área esta utilizada tradicionalmente pelas 54 famílias”, denunciou o presidente da Fetaema, Chico Miguel, durante a Coletiva.
Além da forma truculenta com que jagunços a mando de “gaúcho” vêem atuando na área, um indício de fraude na documentação de licença de desmatamento expedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SEMA foi outra denúncia feita pela Fetaema aos jornalistas. “A licença expedida pela SEMA em favor do “gaúcho” constam como municípios de localização do imóvel São Raimundo, as cidades de Colinas e Santa Quitéria e não no município de Urbano Santos, onde de fato está o terreno” denunciou o presidente da Fetaema, Chico Miguel.
Atualmente o processo de desapropriação tramita vagarosamente no INCRA-MA.
*Barack Fernandes – Assessor de Comunicação da FETAEMA.
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Compartilhada por Mayron Borges.