A queda de Feliciano não é a linha de chegada. É o ponto de partida, por Leonardo Sakamoto

Blog do Sakamoto

Marco Feliciano não me representa. Mas boa parte do Congresso Nacional também não.

Como deu para ver no rosário de posts em que tratei do tema, é claro que torço para que o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias seja substituído o quanto antes, pois sua permanência não apenas coloca em risco o trâmite de projetos importantes que ajudariam a garantir a dignidade de grupos que são tratados como cidadãos de segunda classe como também é uma piada de mau gosto à história das conquistas sociais no país. Sem falar do fato de que ele é sim consequência do crescimento de posições conservadoras na sociedade brasileira. Que merecem ser combatidas democraticamente, no voto e no debate público – debate que, muitas vezes, essas posições se furtam a fazer.

Defendo que todas as formas de pensamento estejam representadas na Câmara dos Deputados, mesmo as quais eu não concorde – exceto, claro, as racistas, xenófobas, preconceituosas e discriminatórias. Afinal de contas, garantir que babacas usem a tribuna para cometer crimes é o ó do borogodó. “Ai, japonês! E a liberdade de expressão? E o meu direito de fazer os outros sofrerem destilando a minha ignorância? Seu comunista totalitário! Seu safado! Vem cá que te dou uma sova! Se fosse no tempo da Gloriosa, você já estaria morto…” Deu para entender, né? (mais…)

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marxismo21 lança dossiê sobre o golpe de 1964. Acesse

 

“marxismo21 nesta página divulga um conjunto de materiais (artigos, documentos, trabalhos acadêmicos, vídeos, filmes etc.) que discute a natureza, o significado e as razões do golpe civil-militar de 1964. Passados quase 50 anos desse evento, nada há a comemorar. O blog – que numa futura edição deverá examinar o período da ditadura militar – busca contribuir para um conhecimento crítico da conjuntura político-social de 1964 e também para lembrar que as lutas pelo “direito à justiça” e pelo “direito à verdade” não podem ser relegadas ou subestimadas pelos democratas progressistas e socialistas no Brasil. Enquanto não for feita justiça às vítimas da violência do Estado e a verdade sobre o golpe e a ditadura militar não for conhecida pelo conjunto da sociedade, a democracia política no Brasil não será sólida e consistente. Por último, somos gratos a Diorge Konrad, do conselho consultivo que colaborou com a organização deste dossiê. Editores”.

Para acessar o dossiê de marxismo 21, clique AQUI.

 

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SP – Documentos da ditadura estarão disponíveis na internet a partir de segunda, 1 de abril

Ivan Richard, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os arquivos e prontuários do extinto Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo, (Deops), órgão de repressão do país no período da ditadura, poderão ser acessados na internet a partir da próxima segunda-feira (1º). Ao todo, cerca de 1 milhão de páginas de documentação foram digitalizadas.

O trabalho é resultado da parceria entre a Associação dos Amigos do Arquivo Público de São Paulo e o projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

De acordo com o Ministério da Justiça, as informações, além de serem um importante registro histórico, poderão facilitar o trabalho de reparação feito pela Comissão de Anistia, uma vez que poderão ser usadas como ferramenta para que perseguidos políticos consigam comprovar parte das agressões sofridas.

A digitalização dos documentos foi feita em dois anos e deve continuar até 2014. Para a realização do trabalho, a Comissão de Anistia transferiu mais de R$ 400 mil à Associação de Amigos do Arquivo. Em dezembro de 2012, o Ministério da Justiça autorizou novo repasse, de mais R$ 370 mil, para digitalização de outros acervos.

A cerimônia de lançamento do portal na internet está marcada para a próxima segunda-feira, as 10h30, no Arquivo Nacional de São Paulo.

Edição: Juliana Andrade

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MS – Arrendatário ameaça comunidade da Aldeia Takwara e diz que desmatamento continuará

Arrendatário de uma porção da fazenda “Brasília do Sul”, situada dentro dos limites da Terra Indígena Takwara foi até a sede da aldeia para ameaçar as lideranças e avisar que o desmatamento continua!

Tribunal Popular

Como foi divulgado no último dia 22 de março, o extermínio das matas da aldeia Takwara ainda não cessou e os latifundiários da região além de desmatarem a única área preservada dentro dos limites da aldeia, passaram a ameaçar a comunidade e desta vez, os criminosos, de maneira ainda mais desinibida e truculenta, foram até a sede da aldeia para avisar que o desmatamento vai continuar.

É sabido que a mata remanescente da região está sendo derrubada para a expansão da lavoura de cana já existentes ilegalmente dentro dos limites da aldeia. Segundo lideranças locais, estima-se que hoje há cerca de 30 capangas armados que se revezam em turnos controlando a estrada de acesso, trilhas e fazem a vigília do maquinário usado e da operação.

Desde dezembro de 2012, o Tribunal Popular vem alertando sobre o acirramento do conflito contra os Guarani Kaiowá da Aldeia Takwara no município de Juti (MS). Os indígenas vem sofrendo todo tipo de violência, desde ameaças de morte a suas lideranças até a destruição das matas de seu território originário. (mais…)

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Projeto Berço das Águas publica caderno sobre experiências diversificadas na elaboração de planos de gestão territorial indígena.

Estimulados pela Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI), sancionada em junho de 2012, diversos povos indígenas se debruçam agora mais intensamente sobre a construção de seus planos de gestão territorial em todo o país. Várias organizações da sociedade civil e também governamentais já experimentaram diferentes metodologias na elaboração desses materiais, que não são meros produtos, mas instrumentos políticos utilizados para qualificar a interlocução dos povos indígenas com a sociedade envolvente.

Com o intuito de sistematizar algumas dessas experiências vividas pela Operação Amazônia Nativa (OPAN) ao longo de mais de quatro décadas de atuação junto aos povos indígenas no Cerrado e na Amazônia, o Projeto Berço das Águas lança “Jeitos de fazer – experiências metodológicas para elaboração de planos de gestão territorial em terras indígenas”.

A primeira parte do caderno faz um retrospecto histórico e institucional da OPAN sobre o porquê da elaboração de planos de gestão territorial em parceria com os povos com os quais desenvolve projetos. Também aborda os marcos legais que amparam as discussões e ações implementadas, e, ainda, a importância do manejo indígena para a conservação da biodiversidade e proteção dos territórios frente às pressões de desmatamento em seu entorno. Em um segundo momento, são apresentados os caminhos metodológicos e os instrumentos participativos na elaboração dos planos de gestão, revelados a partir das experiências junto aos povos Manoki, Myky, Deni do rio Xeruã, Katukina do rio Biá e Paumari do rio Tapauá, diante de seus contextos políticos e dinâmicas culturais. (mais…)

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Comissão Internacional chega ao Brasil e vai participar do julgamento dos acusados pela execução do casal José Cláudio e Maria do Espiríto Santo, em abril

José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, líderes do projeto agroextrativista, Praia Alta Piranheiras, em Nova Ipixuna, no Pará, executados com tiros na cabeça em novembro de 2011.

Por Rogério Almeida, em FURO

Entre o dia 1ºe 4 de abril, uma delegação internacional da Right Livelihood Award cobrará justiça e o esclarecimento de crimes contra integrantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra e de outros movimentos sociais que atuam no campo. Somente em um ano, o número de ativistas ameaçados no país aumentou 177,6%. Em resposta ao aumento dos casos de intimidação e violência contra ativistas sociais no Brasil, a Fundação Right Livelihood Award (RLA) decidiu enviar uma delegação internacional de reconhecidas personalidades à cidade de Marabá, no Pará, região norte do país.

Da delegação participam dois agraciados com o Right Livelihood Award (também conhecido como Prêmio Nobel Alternativo): Angie Zelter, representante da organização britânica Trident Ploughshares (RLA 2001) e o biólogo argentino Raúl Montenegro (RLA 2004). Também compõe esta comitiva Marianne Andersson, integrante do Conselho Diretivo da Fundação RLA e ex membro do Parlamento sueco, que a respeito das razões de sua presença em Brasil, afirmou: “A delegação chegará para expressar sua solidariedade aos ativistas brasileiros, denunciar os crimes e ataques que estão sofrendo os lutadores sociais nesse país e exigir a realização imediata da reforma agrária”.

No dia 25 de janeiro último, Cícero Guedes, líder do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um dos maiores movimentos sociais do Brasil, foi assassinado a tiros, no Rio de Janeiro, por pistoleiros ainda não identificados. Este assassinato é só um de um número crescente de ataques contra ativistas brasileiros envolvidos na luta pela reforma agrária. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) confirma que o número de ativistas ameaçados no país aumentou de 125 para 347 entre 2010 e 2011, segundo o relatório Conflitos no Campo Brasil. Somente em um ano, o número de ativistas ameaçados no país aumentou 177,6%. (mais…)

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Comunidades do AM mapeadas por projeto premiado são ameaçadas sem qualquer consulta

Moradores da Comunidade de Bom Sucesso no rio Amazonas, onde o governo quer desapropriar terras de comunidades tradicionais centenárias de Manaus. Foto: Alberto César Araújo/Folhapress

Por Kátia Brasil, de Manaus – Folha/Uol

Comunidades tradicionais da zona rural de Manaus mapeadas num projeto premiado nos Estados Unidos estão ameaçadas de desaparecer. As terras foram desapropriadas pelo governo do Amazonas para a instalação de um distrito industrial naval.

Os territórios dessas comunidades foram mapeados de 2005 a 2011 pelo sistema de satélites do projeto “Nova Cartografia Social da Amazônia”, premiado em 2011 pela Fundação Ford, nos EUA, com US$ 100 mil e liderado pelo antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida, pesquisador da Universidade Federal do Amazonas.  (mais…)

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Em defesa da mulher amazônica, por Marcelo Garcia

Questões como o mercado do sexo e o trânsito transfronteiriço são importantes no estudo da violência contra a mulher no Alto Solimões. (foto: Marcelo Garcia)

Projeto da Ufam mapeia casos de violência contra a mulher no Alto Solimões e instituições de apoio a essas vítimas com o objetivo de criar um observatório permanente sobre o tema na região.

Por Marcelo Garcia, em Ciência Hoje

Foi com base em um primeiro caso de violência envolvendo mulheres, o confronto entre o explorador espanhol Francisco de Orellana e as bravas índias icamiabas, que a região amazônica recebeu seu nome. Mais de 450 anos depois, uma iniciativa de pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) no Alto Solimões, área fronteiriça entre Brasil, Peru e Colômbia, busca mapear formas mais contemporâneas de violência contra as habitantes da região. A ideia é criar um observatório permanente sobre a situação, que ajude a entender o impacto de fatores locais, como o trânsito internacional e a dinâmica das populações indígenas, nesses eventos.

Em Manaus, dados oficiais apontam cerca de 700 casos de violência contra a mulher por mês. Porém, mil quilômetros rio Amazonas acima, onde se localiza a cidade de Benjamin Constant e os outros oito municípios que formam a região do Alto Solimões, praticamente não há dados oficiais sobre a situação. Para reverter esse quadro, desde o início de 2012 um grupo do Instituto de Natureza e Cultura, unidade da Ufam em Benjamin Constant, realiza um trabalho de mapeamento dos casos na região. (mais…)

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