Nos dias 22, 23 e 24 de março de 2013 a TEIA AGROECOLÓGICA DOS POVOS DA CABRUCA E DA MATA ATLÂNTICA realizou mais uma ação. A atividade ocorreu na Aldeia Caramuru Catarina Paraguaçu, município de Pau Brasil – Bahia.
O acampamento foi montado no dia 22 à noite. Nos dias seguintes ocorreram as seguintes atividades: implantação de viveiro, com as mudas doadas pelo Assentamento Terra Vista (MST) e as mais de 6 mil mudas doadas pela Biofábrica, construção de 2 banheiros secos, preparo da área para plantar, na implantação de uma área demonstrativa de SAF (com bananeiras, ingás, milho, feijão etc), na construção de tambores de percussão e na limpeza e coleta de adubo no curral.
Nessa ação contamos com a participação de diversas instituições, segmentos e profissionais: Tupinambás de Olivença da Serra do Padeiro, Pataxó Hã Haa Hãe (nossos anfitriões), Assentamento Terra Vista, Curso de Agronomia (MST), Ecobahia, Casa do Boneco, Quilombo Lagoa Santa, NEPPA, MPA, Associação Comunidade Ativa (ACATI), Mestre Lumumba, Mãe Nadja, a bióloga Quionat Tosta, a professora de Danças Circulares, Heloísa, a Terapeuta e parteira, Val Rocha, Cauê Rocha (estudante de cinema da UFRB) e divers@s colaboradores. Totalizando uma média de aproximadamente 200 participantes voluntários.
A ação foi considerada exitosa e proporcionou um fortalecimento da rede que se formou após a I Jornada, oportunizou formação prática do processo colaborativo (quem pode levou alimentos, sementes, ferramentas, mudas etc.), serviu como base para o aprimoramento do conhecimento agroecológico, permitiu que os indígenas renovassem a esperança na possibilidade de melhoria do uso da terra e colaborou para fortalecer a identidade e cultura dos povos presentes.
Entretanto, o diagnóstico realizado naquela aldeia, um recorte dos 54 mil hectares das terras indígenas, identificou que a terra está bastante degradada após os muitos anos de utilização pelos ex-proprietários (fazendeiros) dessa terra para criação de gado. Além disso, outra questão que impacta diretamente na ampliação da produção agrícola e da melhoria de vida dos índios que residem nessa área é a pouca água potável de fácil acesso aos índios. E, nota-se ainda que a colonização portuguesa deixou marcas que perduram até hoje nas tradições indígenas e na perda de algumas práticas tradicionais.
Contudo, é notável o desejo desse segmento em implementar as práticas agroecológicas em sua comunidade, fortalecer a identidade, cultura e resgatar as tradições . Todavia, é necessário uma ação continuada que auxilie na restauração florestal, na implantação de SAF, criação de quintais produtivos, na soberania alimentar, no empoderamento da comunidade entre outros. Para isso, é necessário um suporte técnico maior do que a TEIA já está oferecendo, ampliação do viveiro, na, criação do banco de semente, suporte financeiro para que estes possam adquirir ferramentas, insumos e outros instrumentos necessários para a ampliação das práticas agrícolas, formação e construções a partir da bioconstrução (tanques de captação de água da chuva), formação continuada para jovens e crianças voltada para agroecologia, fortalecimento identitário e organização social.
Apesar, de compreendermos que muito ainda temos que caminhar, cada atividade que vivenciamos nos fortalece como TEIA colaborativa que acreditam nos diferentes saberes e que sabe que o caminho é continuar firme nessa jornada coletiva, colaborativa e solidária. Assim, agradecemos aos esforços individuais e coletivos dos diversos Elos dessa TEIA que fizeram dessa ação possível, PAA Ituberá, PAA de Itacaré, a Prefeitura de Camacan, a prefeita Angela Castro pelo auxílio e a ADESCT de Pau Brasil.
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Enviada por Hundira Cunha.
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