Por Gilvan Rocha*
Entre os inúmeros e graves desserviços prestados por uma certa intelectualidade possuída de desinformação ou má fé, está o indevido carimbo de “socialismo real” para se referir aos países em que o processo revolucionário socialista foi derrotado e criaram-se Estados policiais, geridos por uma burocracia que se limitava a levar a cabo o capitalismo de Estado.
A confusão que se deu em torno dessa questão deve-se ao fato de não ter havido uma análise realmente correta do processo de derrota da revolução socialista, a começar pelo processo soviético. Ali, na URSS, travou-se uma renhida luta entre os que pretendiam preservar os princípios do socialismo e os que capitularam diante da vitória da contrarrevolução.
Usando, fraudulentamente, o rótulo do “marxismo-leninismo” esses senhores, que se postaram como linha auxiliar de sustentação do capitalismo, passaram a vender, com grande sucesso, gato por lebre, enquanto uma legião de pessoas não se dava conta de que nem sempre o rótulo corresponde ao conteúdo. Sob o rótulo do comunismo transitou a Terceira Internacional, praticando, efetivamente, uma política que servia aos objetivos do sistema socioeconômico vigente, pois a lógica dessa instituição política era manter a “pátria do socialismo” mesmo que isso custasse, como de fato custou, a derrota da revolução socialista em escala mundial. (mais…)