Observação: Um artigo magnífico, infelizmente encerrado com uma declaração inadmissível! Tão inadmissível, que quase me fez desistir de publicá-lo. Faço-o pela força crítica do texto, mas me recuso sequer a considerar seu parágrafo final. Os povos indígenas, quilombolas, populações tradicionais, camponeses e comunidades urbanas que sofrem as consequências desse “desenvolvimento” tão bem caracterizado na tua análise precisam exatamente de gente como você, Telma. Digo mais: os aliados e parceiros deles igualmente necessitam de você, pois não é sempre que encontramos companheir@s n@s quais podemos confiar integralmente, sabendo que serão leais e não se deixarão seduzir pelas moscas azuis, pelas vaidades ou pelas intrigas que às vezes nos cercam. Minha amiga e camarada de diversos embates, inclusive dos primeiros passos deste Blog: você não tem o direito de encerrar nada, porque a luta tem que continuar e, para isso, necessitamos da tua força e da tua presença. Esse cenário desolador que você retrata tem que nos indignar de diversas formas, mas para nos dar ainda mais alento; não para nos deixar abater. Vamos adiante, companheira guerreira, pois 2013 está batendo à porta com muito mais desafios! E não podemos ajudar os inimigos a vencerem! Tania Pacheco.
Pediram-me que fizesse uma retrospectiva de 2012, abordando os temas que mais criaram polêmica na área onde tenho atuado. Tentei inúmeras vezes escrever, buscando nas postagens do meu blog aquilo que mais me deixou indignada. Como o antigo escritor sem inspiração, que ficava na frente da máquina de escrever olhando para um papel em branco, eu, dias seguidos, fiz o mesmo diante da tela do computador com uma página branca sobre o azul de fundo do programa.
Pensei, suspirei e me perguntei para o que serviria a retrospectiva. Para relembrar que os Guarani-Kaiowá estão morrendo no Mato Grosso do Sul, porque o governo e a Funai não dão a mínima para eles? E que eles apenas estão reivindicando aquilo que é seu direito imemorial? E que, acossados, eles, os Guarani-Kaiowá, não têm como lutar contra sua humilhação e degradação social diante de grandes fazendeiros que contratam jagunços para proteger suas suntuosas fazendas despidas da floresta? (mais…)