Durante mais de 12 horas este Blog errou radicalmente na tarefa que se atribui de participar da luta pela democracia. E isso me dói. Se não fosse por um e-mail de Thiago Hoshino e uma olhada rápida no micro antes de desligá-lo, a notícia abaixo não teria sido dada hoje, embora desde cedo estivesse presente na Agência Brasil. Provavelmente, já deve ter feito parte inclusive dos jornais nacionais da vida. Jornalisticamente, é velha.
Mas o que me dói mesmo não é isso. É ler uma Portaria Normativa do dia 21 de agosto de 2012, terça-feira, como se estivesse revivendo uma sexta-feira, 13 de dezembro de 1968, e ouvindo a leitura de um Ato Institucional, o n°5.
Sei que muitas pessoas pensarão que estou exagerando de forma absurda; que o atentado à democracia não tem sequer possibilidade de comparação. Pois para mim tem. Porque não votei na ditadura militar. Muito ao contrário, lutei contra ela. Como depois lutei por um Partido no qual acreditei durante anos; chorei cantando/gritando “sem medo de ser feliz” e com essa emoção dei meu primeiro, segundo e terceiro votos para a Presidência da República. Depois, já sem Partido e votando mais contra do que a favor, também ajudei a eleger a primeira mulher Presidenta deste País. Então, que me desculpem as pessoas que me acharem passional e exagerada, mas me sinto muito mais traída do que em 1968. Dos militares golpistas eu só podia esperar violência e arbítrio. (mais…)