Mayron Régis
Um leitor mais atento à nota que a Suzano Papel e Celulose espalhou aos quatro cantos sobre a decisão da Justiça Federal que suspendeu o licenciamento ambiental de seus plantios de eucaliptos no Baixo Parnaiba maranhense, com fins de produção para pellets que se destinariam a Europa, indagar-se-ia sobre os reais motivos que levaram a empresa a escolher a autojustificativa como desfecho para sua argumentação.
A Suzano ao rumar em direção a autojustificativa embrenha-se por um terreno perigoso. Ao se justificar com frases ou com ideias que evocam a si própria, a empresa atesta a sua inépcia quando as coisas fogem do seu e do controle dos seus aliados locais e regionais. Esse trecho da nota agora reproduzido prima pelo fastio diante da problemática que envolve a liminar da justiça federal: “A Companhia reforça sua convicção de que agiu e continuará agindo de forma absolutamente adequada, baseada na prática vigente no Brasil, onde os licenciamentos ambientais são realizados pelo Estado”. Quer dizer, ela reforça sua convicção do “certo” a partir da ação destruidora do meio ambiente que motivou o pedido de liminar do Ministério Público Federal. Só a falta de tato desse trecho já responde o quanto a Suzano se mortificou e mortifica-se nesse tempo todo por conta de denúncias avocadas pelas comunidades do Baixo Parnaiba maranhense e pelas organizações da sociedade civil. (mais…)