Brejo dos Crioulos – Operação tenta proteger quilombo

Alice Maciel

polícia federal cumpriu ontem oito mandados de busca e apreensão em São João da Ponte, Varzelândia e Verdelândia, no Norte de Minas, durante a operação Brejo dos Crioulos, realizada em parceria com a polícia Militar do estado na comunidade quilombola de mesmo nome. Foram apreendidos um revólver, duas espingardas e 40 munições em fazendas da região, ninguém foi preso. As suspeitas, conforme informou o delegado-chefe da polícia federal de Montes Claros, Marcelo Freitas, são de que pistoleiros estariam agindo na região a mando de latifundiários.

O delegado ressaltou que, desde setembro de 2011, quando o decreto da presidente Dilma Rousseff (PT) reconheceu o quilombo, acentuaram-se os conflitos entre fazendeiros e os descendentes de escravos. O decreto prevê a desapropriação das 74 fazendas, com um total de 17 mil hectares. “As investigações continuam para identificar quem são os donos das armas”, observou Marcelo Freitas. Os responsáveis vão responder pelos crimes de porte e posse ilegal de arma de fogo, além de formação de quadrilha. Se condenados, poderão ficar presos por até sete anos. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara federal de Montes Claros.

A comunidade Brejo dos Crioulos já foi alvo de outras operações da PF, em 2007 e 2009. O quilombo é formado por 12 povoados e pequenos terrenos isolados, onde vivem 500 famílias da comunidade. Segundo Marcelo Freitas as famílias vivem em áreas diminutas, onde mantêm pequenos quintais com criações e alguns roçados e que a maior parte do território é dominada por latifundiários e médios proprietários.

O Incra informou que técnicos do instituto estão na região para avaliar os terrenos que serão desapropriados. É necessário avaliar cada imóvel, mas esta fase pode se prolongar em razão da possibilidade de recurso administrativo ou judicial por parte dos proprietários para questionar os valores estabelecidos. Até agora, pelo menos um dos fazendeiros impediu a entrada dos técnicos do Incra. Após a avaliação, se dará início aos trâmites de compra e depois é emitida a titularidade em nome da comunidade quilombola.

http://www.dpf.gov.br/agencia/pf-na-midia/jornal/2012/fevereiro/operacao-tenta-proteger-quilombo

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