Lei do “Facão de Cortar cana” ainda impera na Reserva Indígena de Dourados

Entrada para as aldeias Bororó e Jaguapiru que fazem parte da Reserva Indígena de Dourados Foto: Nicanor Coelho Arquivo / Capital News

Nicanor Coelho, correspondente em Dourados

A chamada “Lei do Facão de cortar cana” ainda impera nas aldeias Bororó e Jaguapiru que fazem parte da Reserva Indígena de Dourados e por este motivo a AJI (Associação de Jovens Indígenas) pretende denunciar o caso para as autoridades.

Conforme dados levantamentos pela AJI em menos de quinze dias cerca de cinco jovens foram assassinados com golpes de facão. A direção da associação já considera os assassinatos como uma “guerra”.

“Nos últimos dias a onda de violência tem aumentado muito na aldeia de Dourados. Jovens indígenas são alvos e vítimas das maiores barbaridades que acontecem. Em menos de quinze dias é a terceira morte. Os assassinos são frios e golpeiam as vítimas com dezenas de ‘facãozadas’”. Foi desta forma que a Associação se expressou em seu blog esta semana sobre os assassinatos.

“Não há mais o que se fazer. A aldeia está em guerra. Jovens desfilam nas estradas com facões na mão, com o rosto coberto e ficam escondidos em matas, ou em esquinas, e quando alguém passa é golpeado com facão até a morte. A prefeitura até agora não se manifestou, nem a FUNAI”, afirma o documento divulgado pela entidade. (mais…)

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Indígenas e servidores tomam posse oficial no Comitê Regional do Sul da Bahia

Representantes indígenas das etnias Pataxó, Tupinambá e Pataxó Hã-hã-hãe tomaram posse de suas funções no Comitê Regional do Sul da Bahia, estrutura colegiada da Fundação Nacional do Índio, instituída por Decreto da Presidência da República. A cerimônia foi realizada no dia 1º de fevereiro, no Centro de Cultura de Porto Seguro, oficializando a participação das representações indígenas do sul e extremo sul da Bahia no processo de gestão da Coordenação Regional (CR) da Funai em Eunápolis. O comitê garante representação paritária entre indígenas e servidores, que juntos irão trabalhar na proposição e acompanhamento das políticas indigenistas na região.

Enquanto os representantes indígenas são eleitos em suas comunidades, garantidos os critérios de representação étnica, os servidores da Funai são indicados pelo o coordenador regional, que preside o Comitê. Os nomeados para o colegiado carregam consigo a responsabilidade de discutir com as comunidades as pautas sobre as quais irão deliberar nas reuniões das plenárias. Assim, atuam na formulação das políticas públicas de proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas, auxiliando a CR na elaboração de projetos efetivos, que garantam maior qualidade de vida para as populações indígenas. (mais…)

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Em Dourados, mais um indígena é assassinado

Josivaldo foi morto com vários golpes de faca na cabeça, no pescoço, no queixo e no peito. Além de ter levado uma paulada na cabeça. (Foto: Dourados News)

Viviane Oliveira

O corpo do indígena Josivaldo Brites Rodrigues, 16 anos, foi encontrado na manhã desta quinta-feira (9) próximo a Escola Araporã, na aldeia Bororó, reserva indígena de Dourados.

Segundo o site Dourados News, o pai do rapaz disse que ele saiu de casa em uma bicicleta ontem, por volta das 7 horas da noite para comprar cigarro e não voltou mais. Por volta das 4 horas o corpo do jovem foi encontrado próximo a escola.

Josivaldo foi morto com vários golpes de faca na cabeça, no pescoço, no queixo e no peito. Além de ter levado uma paulada na cabeça. A bicicleta que o rapaz usava não foi encontrada. Por conta disso a Polícia acredita que o crime tenha sido latrocínio – roubo seguido de morte.

Ainda conforme o site Dourados News, o suspeito foi detido, mas os policiais ainda não confirmaram qual participação dele no crime.

http://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/em-dourados-indigena-e-morto-a-facadas-e-pauladas-na-aldeia-bororo

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Conversas com Mr. DOPS

Nossa repórter passou mais de 15 horas entrevistando um dos poucos delegados do DOPS ainda vivos, entre os que atuaram nos anos mais duros da ditadura. Enfrentou resistência, informações desencontradas e até um suposto pacto de silêncio – um embate que antecipa os desafios da Comissão da Verdade

Marina Amaral

Aos 80 anos, José Paulo Bonchristiano conserva o porte imponente dos tempos em que era o “doutor Paulo”, delegado do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo, “o melhor departamento de polícia da América Latina”, não se cansa de repetir.“O DOPS era um órgão de inteligência policial, fazíamos o levantamento de todo e qualquer cidadão que tivesse alguma coisa contra o governo, chegamos a ter fichas de 200 mil pessoas durante a revolução”, diz, referindo-se ao golpe militar de 1964, que deu origem aos 20 anos de ditadura no Brasil.

Embora esteja aposentado há 27 anos, não há nada de senil em sua atitude ou aparência. Os olhos astutos de policial ainda dispensam os óculos para perscrutar o rosto do interlocutor, endurecendo quando o delegado acha que é hora de encerrar o assunto. (mais…)

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Um povo indígena do Peru luta por seu isolamento na selva

O explorador espanhol Diego Cortijo conseguiu fotografar, no dia 16 de novembro, um grupo da comunidade indígena isolada mashco-piro. “Foi pura causalidade”. Cortijo, de 27 anos, dirigia uma expedição arqueológica na selva peruana da Sociedade Geográfica Espanhola. No caminho para alguns lugares, a equipe decidiu passar a noite na cabana de Nicolás Flores, Shaco, na região de Manú, ao sudeste do país. Este índio matsigenka ficou vários anos em contato com a comunidade nômade.

A reportagem é de Marie Mertens e está publicada no jornal El País, 01-02-2012. A tradução é do Cepat.

Na manhã seguinte, “Shaco ouviu um ruído. Estavam-no chamando. Aproximamo-nos do rio Mãe de Deus e, na parte frontal da costa, a uns 100 metros, encontrava-se um grupo de mashco-piro”, recordou Cortijo. Nos “poucos minutos” que os indígenas permaneceram “tranquilamente sentados”, o jovem explorador fez várias fotografias. “Shaco nos disse que queriam facões. Entendíamos porque sua mulher falava ‘piro’, uma língua similar a dos mashcos”, explicou. Seis dias depois, uma flexa dos indígenas causou a morte de Shaco. (mais…)

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Casal de extrativistas assassinado no Pará recebe prêmio da ONU por defesa da floresta

Extrativistas, José Claudio e Maria eram incansáveis nas denúncias de desmatamento e grilagem no assentamento Praia Alta Piranheira, onde moravam. A atuação política contundente custou-lhes suas vidas. Hoje Laísa, irmã de Maria, está em Nova York para participar da cerimônia de encerramento do Ano Internacional das Florestas, na sede da Organização das Nações Unidas. Ela receberá um prêmio especial, um reconhecimento da luta de José Claudio e Maria para preservar a floresta

Maíra Kubík Mano

O olhar de Laísa é impactante. Carrega uma tristeza que não parece estar perto de terminar. Com uma voz calma, ela comenta as últimas ameaças que recebeu. “Uma menina perguntou para a minha filha que tipo de transporte eu iria usar para viajar. E a minha filha respondeu que de moto. E ela disse: ‘eu vou fazer um pedido e tu fala para a tua mãe. Pede para ela não ir de moto, pelo menos dessa vez. Quem avisa, amigo é’”.

Laísa Santos Sampaio é irmã de Maria do Espírito Santo que, em 24 de maio de 2011, foi morta ao lado de seu marido, José Claudio Ribeiro da Silva, no município de Nova Ipixuna (PA). Eles sofreram uma emboscada de dois pistoleiros justamente quando iam de moto para a cidade.  (mais…)

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Finanças, dívida e luta pela moradia

Nos movimentos pelo direito à cidade, resposta a um sistema para o qual habitação é apenas mais uma forma de multiplicar dinheiro

Por Bruno CavaQuadrado dos Loucos

Há uma percepção generalizada que o sistema financeiro é responsável pela crise da economia global. A culpa estaria no excesso de ganância dos mercados, na especulação em detrimento do desenvolvimento, do risco moral e individualismo por parte dos financistas e banqueiros. Essas leituras da crise de uma forma ou de outra costumam conferir um grau de separação entre a “economia real” e as finanças. Como se a saída da crise estivesse em voltar a valorizar mais a primeira. Por isso, prescrevem maior atenção no desenvolvimento do chamado “setor produtivo”, enquanto o “setor financeiro” exigiria maior regulamentação por parte dos estados. Essas leituras deixam de analisar a fundo o vínculo orgânico entre finanças e produção.

Como funciona esse vínculo?

No mundo hoje, a maior fatia do dinheiro não se compõe do papel-moeda como o conhecemos, mas de dívida. É que o dinheiro também é gerado quando bancos emitem débitos sobre si mesmos, virtualmente do nada. As instituições bancárias possibilitam que o dinheiro exista não só como meio de pagamento atual, mas também como promessa de pagamento. Dessa maneira, o sistema financeiro capitaliza o futuro, o que se dá com a emissão de títulos de crédito que representam essas promessas. Ocorre uma entrada antecipada de liquidez (mais dinheiro), atrelada ao pagamento futuro da parte dos tomadores do crédito. (mais…)

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Arte e cultura negra são foco de protocolo firmado entre a Seppir e a Petrobrás

Ministra declarou que o momento é propício para a agenda da igualdade racial no Brasil

Parceria foi celebrada no âmbito da campanha “Igualdade Racial é pra valer” e visa a valorização da cultura brasileira em sua diversidade étnica

A arte e a cultura negra estão contempladas no protocolo de intenções celebrado ontem (08) entre a Petróleo e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), no Rio de Janeiro. O objetivo da parceria é o fortalecimento das iniciativas de combate ao racismo, de promoção da igualdade racial e a efetivação de ações afirmativas. As ações, a serem definidas nos próximos meses, serão focadas em políticas de patrocínio e apoio financeiro, destinadas à valorização da cultura brasileira em toda a sua diversidade étnica e regional.

Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o protocolo fortalece uma política já em curso, pois “a Estatal tem entre seus princípios norteadores o respeito à diversidade humana e cultural”. Na entrevista coletiva após a solenidade, o dirigente destacou que, num universo de 78 mil funcionários, 18.468 se auto-declararam afrodescendentes no último censo realizado na empresa. Destes, 25% ocupam cargo de chefia. (mais…)

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Governo do Pará assina compromisso para combater carvão ilegal

Leonardo Sakamoto

O governo do Pará concordou, na tarde desta quarta (8), com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público Federal para as siderúrgicas do Estado, segundo informações da assessoria de imprensa do órgão. O acordo pode alterar a produção de carvão vegetal na região, hoje marcada pelo desmatamento da floresta Amazônica e por denúncias de trabalho escravo. O documento prevê a substituição gradual da compra do carvão produzido a partir da derrubada da mata por carvão produzido a partir de unidades de silvicultura (reflorestamento).

Ao assinar o documento, o governo se compromete a implementar, por meio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), um programa intensivo de monitoramento ambiental, checando a legalidade das licenças já emitidas para as siderúrgicas. A Sema também assume a responsabilidade de fiscalizar anualmente o cumprimento das condicionantes ambientais, as exigências feitas para a manutenção das licenças e a estabelecer uma parceria mais próxima com os municípios onde estão instaladas as indústrias. Além do pente-fino em busca de irregularidades e do monitoramento, o governo se compromete a só emitir novas licenças para as empresas que comprovarem a origem lícita do carvão. (mais…)

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