A vulnerabilidade da população negra à infecção pelo HIV e aids: A desigualdade de gênero e raça diante da epidemia

O Ministério da Saúde vem desenvolvendo estratégias de gestão participativa voltadas à redução das condições de vulnerabilidade da população negra à infecção pelo HIV e aids. A ação pioneira que ilustra este contexto é o Projeto Brasil AfroAtitude, lançado em dezembro de 2004. Esse projeto gerou desdobramentos importantes, como uma campanha voltada para essa população e dois editais públicos de chamadas de pesquisas lançados pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, cujos resultados podem ser conhecidos na publicação Saúde e Sociedade, suplemento População Negra HIV/Aids. Essa publicação está disponível agora no endereço eletrônico www.aids.gov.br.
Abaixo, um breve resumo desses resultados que pode contribuir para o conhecimento das linhas gerais das pesquisas e seus principais achados. Os dados sinalizam principalmente o foco em algumas regiões do país e suas características, e esse pode ser o diferencial para o desenvolvimento local de políticas públicas de saúde voltadas para a população autorreferida como negra e parda. As pesquisas estão disponíveis na íntegra, também no endereço eletrônico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Locais onde as pesquisas foram desenvolvidas:

Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Recife, Santa Catarina, Bahia e Alagoas
O que você vai encontrar nas pesquisas:

  • O conhecimento sobre aids está diretamente relacionado ao uso do preservativo.
Não foi observada associação da ancestralidade genômica com a vulnerabilidade, mas sim das condições socioeconômicas à vulnerabilidade ao HIV/aids da população afrodescendente. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902010000600008&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
Em relação ao acesso ao diagnóstico do HIV entre a população negra, a maioria dos entrevistados não relatou dificuldades para o acesso ao teste anti-HIV no município do Rio de Janeiro.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902010000600009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
Ações conjuntas entre os serviços de saúde e o movimento social possibilitam maiores condições de fortalecimento de uma política de enfrentamento das DST/aids entre as negras e os negros brasileiros.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902010000600012&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
O resumo acima não pode ser considerado o resultado das pesquisas. São indicações que devem ser analisadas considerando o contexto de cada uma delas: região, número de entrevistados, sexo, dentre outros.
Observações importantes sobre o resultado das pesquisas:

  • Os resultados apontam para a persistência e mesmo o agravamento, em algumas localidades e regiões, das condições de vulnerabilidade e de exposição à epidemia do HIV/aids, na população autorreferida como negra e parda.
  • A interpretação deve ser feita com o necessário cuidado, levando em conta que a epidemia da aids no Brasil é considerada concentrada e homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo continuam apresentando vulnerabilidade maior à infecção pelo HIV do que a população geral.
  • Outros fatores também devem ser considerados: a tendência à pauperização e interiorização da epidemia, além do aumento da incidência nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, onde há maior concentração da população negra e parda.

http://populacaonegraesaude.blogspot.com/2011/12/vulnerabilidade-da-populacao-negra.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+PopulaoNegraESade+%28Popula%C3%A7%C3%A3o+Negra+e+Sa%C3%BAde%29

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