A Amazônia morre e os jornais não veem

“A separação das notícias tira do leitor a capacidade de entender fatos complexos, como o atual processo de destruição da Amazônia. O fracionamento faz com que a tramitação do Código Florestal no Congresso seja tratada em páginas de política; obras de infraestrutura na Amazônia, em economia; o ritmo da devastação florestal, em ciência; as mudanças dramáticas no clima amazônico, em meteorologia”, afirma Leão Serva, jornalista, ex-secretário de Redação da Folha (1988-92), autor de “Jornalismo e Desinformação” (editora Senac), em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 20-12-2011.

Segundo o jornalista, “o governo se aproveita da miopia: jamais anuncia dois projetos ao mesmo tempo, diluindo o impacto de cada um. O próprio índice percentual de destruição total da floresta (estimado pelo Inpe pela análise de fotos de satélites do programa Prodes) é tema de confusão”. E assim, constata, “. Assim, de “boa notícia” em “boa notícia”, a floresta morre”. Eis o artigo.

Dados preliminares sobre o desmatamento foram vistos como “boa notícia”, mas só mostram que o tumor causou a amputação de parte menor.

A Amazônia tem câncer e a opinião pública brasileira não sabe porque a imprensa está míope. (mais…)

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STF: No primeiro dia de recesso, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski decidem sozinhos o Natal da Associação de Magistrados contra o CNJ

Tania Pacheco*

Curiosamente, depois de entrar e sair da pauta do Supremo Tribunal Federal diversas vezes, logo no primeiro dia do recesso a ação da Associação dos Magistrados Brasileiros que tira a principal prerrogativa do Conselho Nacional de Justiça – a de investigar e punir juízes que de diferentes maneiras usurpam seus papéis, contribuindo para a moralização e democratização da Justiça – teve liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello. Embora a decisão não seja definitiva, pois terá que ser referendada pelo Plenário do STF em 2012, a realidade é que o CNJ foi esvaziado sem uma reclamação sequer de Cezar Peluso, seu presidente e também do STF.

Segundo o próprio STF, na sua decisão o ministro assinalou que “o tratamento nacional reservado ao Poder Judiciário pela Constituição não autoriza o CNJ a suprimir a independência dos tribunais, transformando-os em meros órgãos autômatos, desprovidos de autocontrole”. O resultado disso é que, a não se que o Plenário decida contra, o que sequer sabemos quando acontecerá, até segunda ordem os juízes acusados de irregularidades voltarão a ser investigados por seus “pares”, nas Corregedorias dos tribunais estaduais. E a tendência, nesses casos, vem sendo de que o corporativismo continue a prevalecer, fazendo com que prazos sejam perdidos, o que leva a processos arquivados e a condenações inviabilizadas, sem que as denúncias cheguem a ser levadas ao CNJ.  (mais…)

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