A “gentil” Suzano e a comunidade de Formiga, Anapurus, Baixo Parnaiba

Mayron Régis

Em todas as audiências do projeto da Suzano, entre os anos de 2009 e 2010, no Maranhão e no Piaui, uma declaração do representante da STCP, empresa de consultoria, reluzia de maneira especial: “As organizações da sociedade civil também fazem parte desse projeto”.

Assim quando a Suzano e suas terceirizadas oprimem uma comunidade do Baixo Parnaiba como sucedeu em Formiga, município de Anapurus, essa declaração ressuscita do reino das declarações mortas ou vazias. Caso a mídia não noticiasse a ação opressora da empresa que desmanchou casas, uma cerca de arame farpado e um cemitério da família do senhor Francisco Rodrigues se valendo de uma liminar de reintegração de posse fajuta como tantas outras, esse seria mais um entre tantos casos que a empresa venceu.

A imprensa noticiou e as organizações da sociedade civil reverberaram a ilegalidade da liminar e o atropelo dos tratores praticado pela empresa. Para quem conhece a família do senhor Francisco Rodrigues, as declarações de que a área pertence a Suzano e que ela protege seu patrimônio carecem de legitimidade e soam ignóbeis.

A Suzano, as suas terceirizadas e a justiça maranhense dispensam gentilezas no trato com as comunidades agroextrativistas do Baixo Parnaiba.

http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/2011/12/gentil-suzano-e-comunidade-de-formiga.html

Comments (2)

  1. Mas a gente continua a ter o poder de se indignar, de denunciar, de – como você – partilhar a sua emoção com outras pessoas que não conhecem Urbano Santos ou Chapadinha, mas já viram coisas equivalentes acontecerem com outras cidades e populações, na voracidade insaciável do capital. E isso, Iran, eles não têm, pois perderam sua humanidade há muito tempo, trocada pela ganância do lucro. Nossa solidariedade na luta!

  2. Ola amigos do Combate ao Racismo Ambiental,

    Urbano Santos-ma hoje se vê traída pela Suzano, foi aqui que eles desembarcaram em 1980, geraram empregos sim, mas deixaram um rastro de destruição ambiental: perdemos nosso cerrado, nosso bacuri, pequi, mangaba, mel, jaborandi, fava danta, para os plantios de eucalipto; perdemos nosso equilibrio ecologico, nossa biodiversidade; perdemos a força dos nossos grandes rios e riachos; alteramos nossa paisagem de lindos cerrados para a monotonia das florestas interminaveis de eucalipto; testemunhamos conflitos de terra e vimos o seu preço inflacionar do equivalente a r$8,00 o hectare para r$800,00, inviabilizando o lavrador de adquirir terra para suas gerações futuras; sentimos na pele o calor aumentar e as chuvas diminuirem passando direto para outras regioes do estado; hoje a sede da cidade está inchada e o cenário é desolador nos povoados rurais, acabou a fartura, comunidades inteiras foram simplesmente extintas.

    Hoje a Suzano volta as costas para Urbano Santos e desembarca em Chapadinha esquecendo que deveria ter compromisso social em compensar minha cidade. O protocolo assinado(fabrica de pellets) pela prefeita de Chapadinha, o mesmo que foi apresentado para o pref. de urbano santos (que pediu tempo para analisar), é a maior prova do desrespeito da empresa com a regiao: foi elaborado somente por eles, eles nao aceitam alteracoes, e é “só venha a nós, ao vosso reino, nada.”, reduz o iss de 5% pra 2%, o ITBI de 1% para 0,5%, e extende isso a todas as empresas terceirizadas.

    Por outro lado não dá garantia de quantos empregos vai gerar, onde, como e nem pra quem. fala que irá priorizar a ~região~ nos empregos, mas não diz o que eles chamam de região (o nordeste do brasil que tem 9 estados e é uma região), e ainda diz que poderá a qualquer momento extinguir os tímidos programas sociais que eles tem nas cidades.

    Minha conclusão/opiniao: o protocolo é um show de arrogancia e prepotencia, justificado pelo poder economico que eles representam e por esse poder, foi imposto aos municipios sem negociacoes… para eles nós, os urbanosantenses, os chapadinhenses, etc… somos uma “cambada de mortos de fome” que eles vieram salvar com seus projetos mirabolantes que só servem para encher os seus bolsos e destruir o meio-ambiente as custas de alguns empregos temporários.

    Desejo boa sorte a Chapadinha, cidade a qual estou a 2 anos aprendendo a gostar, pois lá sou professor.

    Enquanto a Urbano Santos, costumamos dizer: “esse é o pago” pela cidade ter sido a única que aceitou a Suzano entrar em suas terras em 1980 e “comer tudo”.

    ass. iran avelar, sociólogo.

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