
Idéia é que usinas sejam construídas sobre os poços de extração do combustível ao longo de todo estado
Yan Boechat, iG São Paulo |
Apesar de as descobertas de grandes reservas de gás natual em Minas Gerais ainda carecerem de pesquisas mais aprofundadas para comprovar sua viabilidade econômica, o governo mineiro já faz planos de como vai transformar o combustível em dinheiro. O projeto principal passa pela construção de usinas térmicas para geração de energia elétrica nas regiões onde forem ocorrendo as descobertas.
“Esse é um plano, mas não é o único. Nós estamos muito, muito otimistas e acreditamos que isso pode transformar uma das regiões mais pobres de Minas, mas tudo com o pé no chão”, diz a secretária de Desenvolvimento Econômico do estado, Dorothea Werneck.
A ex-ministra da Indústria e Comércio do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso acredita que as usinas poderiam ser instaladas junto aos poços de extração e ligadas às linhas de transmissão que passam pelo Estado. “Em Morada Nova, com o que foi descoberto lá, poderíamos fazer três usinas com capacidade de 500 megawatts cada”, diz ela. A Secretaria de Desenvolvimento chegou a contratar uma consultoria para que um plano de aproveitamento do gás seja feito. “Em janeiro estará pronto e vamos começar a trabalhar”.
A Orteng, a empresa que lidera o consórcio – do qual faz parte o governo de Minas Gerais – que fez a descoberta em Morada Nova concorda com essa tese. Na opinião do gerente de Óleo e Gás da empresa, Frederico Macedo, usinas poderiam ser construídas exatamente sobre os poços de extração de gás. “Não há porque construir um gasoduto, podemos instalar a usina na boca do poço e vender a energia”, diz ele. De acordo com Macedo, a própria Orteng tem interesse em operar uma usina termoelétrica na região, caso isso seja possível.
O mercado de gás está aquecido exatamente por conta dos planos do governo federal em reforçar a geração de energia por meio de usinas térmicas a base de gás natural. Essa semana a Petrobrás anunciou que não poderá fornecer gás para as empresas que pretendiam participar do leilão de geração de energia que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizará no dia 20 de dezembro. Ao todo, 34 grupos haviam requisitado à Petrobrás fornecimento de gás para participar do leilão. “Não posso vender o que não tenho. Não vamos assinar novos contratos “, disse Gabrielli.
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