Direitos Humanos em Risco

Marcelo Zelic e Anivaldo Padilha*

Dois projetos de lei aprovados pelo Congresso Nacional, foram encaminhados para a sanção da presidenta Dilma Rousseff. Como disse em seu programa Café com a Presidenta “são duas leis importantíssimas para fortalecer a democracia no nosso país. A Lei do Acesso a Informações Públicas e a Lei da Comissão da Verdade vão tornar o Estado brasileiro mais transparente, vão garantir o acesso a informações e, também, Luciano, à história do nosso povo.”

O país necessita de uma aplicação profunda dessas leis para combater a violência que hoje perdura em nossa sociedade e se manifesta em práticas autoritárias que persistem arraigadas. Essas violências se expressam quando forças de segurança nos estados vigiam e reprimem manifestações pacíficas, quando no judiciário são perseguidos cidadãos que participam da vida política de determinadas jurisdições, quando o pobre, o negro e o indígena são tratados rotineiramente como suspeitos, quando a tortura forja depoimentos, mata nas delegacias e se espalha como uma chaga na sociedade, quando se extermina e se pratica chacina no campo e nas cidades com vítimas desaparecidas em maio de 2006. Seriam tantos exemplos que cada qual comente mais três…

Por isso, temos necessidade de conhecer essa história: os mecanismos de coerção e repressão, estruturas criadas, os crimes de lesa humanidade praticados, as distorções jurídicas, a filosofia por detrás destas ações (onde o cidadão é um inimigo interno), os porões como política de estado, o papel civil na repressão etc. Será um fator de avanço e fortalecimento da democracia se não forem privilegiadas conveniências de grupos em detrimento da cidadania e do futuro do país. (mais…)

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Crianças são mutiladas trabalhando na informalidade

Pelo menos três menores de até 17 anos se acidentaram por dia trabalhando no Brasil nos últimos dois anos e meio.

Ana D’angelo

Brasília – Crianças e adolescentes com as mãos cortadas por facas. Vários deles estampam na pele queimaduras de solda de bijuterias e um grupo chora pela perda de órgãos esmagados por cilindros de padaria. Outros são precocemente diagnosticados com doenças decorrentes de exposição a agentes como poeira e benzeno. Sofrem ainda com lesões por esforço repetitivo, distúrbio osteomuscular (Dort) e até transtorno mental. Esse é mais um lado cruel de uma tragédia que atormenta o país. Pelo menos três menores de até 17 anos se acidentaram por dia trabalhando no Brasil nos últimos dois anos e meio, quase todos na informalidade. Entre 2009 e julho de 2011, no mínimo 37 meninos morreram dando duro. Um deles não tinha 13 anos ainda.

Isso é só uma amostra do que anda acontecendo, pois as estatísticas são precárias. Os dados referentes a acidentes com menores foram coletados pelo Ministério da Saúde a partir de comunicação de hospitais e postos de atendimento. “A subnotificação é elevada. A quantidade de acidentes envolvendo trabalhadores, principalmente os menores, é muito maior do que se tem conhecimento”, afirma a médica e especialista em saúde pública Maria Maeno, pesquisadora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro). (mais…)

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DEM e PSDB são derrotados na saga pela desvalorização do salário mínimo

Mídia ofusca o chega pra lá do Supremo Tribunal Federal na oposição

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada, o Supremo Tribunal Federal validou, por 8 votos a 2, a lei que fixa a política de reajuste do salário mínimo até 2015 e prevê correções anuais por decreto presidencial. PSDB, DEM e PPS, que compõem o bloco neoliberal-conservador, entraram com ação no STF para implodir essa política, firmada a partir de um acordo entre as centrais sindicais e o governo Lula.

A direita nativa, ligada aos setores mais retrógrados do empresariado, sempre criticou o acordo de valorização do salário mínimo, que prevê a reposição das perdas inflacionárias, mais aumento real com base no aumento do PIB.

Na sua visão neoliberal, salário gera inflação – assim como o programa Bolsa Família e outras iniciativas de distribuição de renda causam “gastança pública”.  (mais…)

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Pedra do Sal tem rodas de samba de perfis distintos na segunda e na sexta-feira

Foto: João Laet / Agência O Dia
Roda de samba da Pedra do Sal (Foto: João Laet / Agência O Dia)

Por Pedro Landim

Rio – Capoeira que é bom não cai. Escorrega, segura o copo e levanta na pedra. Liberdade é busca que atravessa o tempo no pé do Morro da Conceição. Palco de escravos alforriados que viu nascer o samba, a Pedra do Sal, na Gamboa, reúne no novo milênio duas rodas diferentes e público de toda a cidade atrás do prazer em solo sagrado, música boa e gratuita.

“Em qualquer época é preciso respeitar esse chão. Não tocamos qualquer coisa e 99% do que fazemos não está no rádio. Vem gente de todas as tribos, interesse atraído pelo samba”, diz Thiago Torres, 30, do grupo Samba de Lei. Na sexta-feira, ele faz a roda microfonada que vai da ‘Mordomia’ de Almir Guineto ao ‘Canto de Ossanha’, de Vinicius de Moraes.

O público está na faixa dos 35 anos e a roda tem apoio da Bodega do Sal, boteco junto à rocha que vende cerveja, caipirinha, caldos e pastéis de feijoada. “Na segunda-feira, a ‘raiz’ é maior. Não tem microfone, quem puxa é o público. São dias diferentes e maravilhosos”, diz a secretária Marcela Fernanda, 25, do Rio Comprido, que vai a todos os dias de samba com as amigas Antonia e Vanusa. (mais…)

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