Dourados, MS – IV Seminário Racismo e Antirracismo

O Seminário Racismo e Antirracismo é um projeto de extensão realizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal da Grande Dourados, que busca dialogar com os educadores de Dourados e região sobre o papel importante das escolas para acabar com os preconceitos raciais.

A quarta edição do evento foi realizada nos dias 11, 12 e 13 de maio de 2011 e contou com grande presença dos professores da rede pública de Dourados e ainda com muitos acadêmicos das Licenciaturas e de cursos de Pedagogia.

Esse público assistiu a duas palestras, uma sobre Racismo Ambiental e outra sobre Estética e Racismo. O Seminário ainda ofereceu um minicurso sobre Arte Africana e outro sobre o Desafio profissional: compreender o outro para ensinar, com a professora Edilaine Fernandes Moraes da escola indígena Tengatui Marangatu. (mais…)

Ler Mais

Terra sem lei: prostituição, drogas e violência na maior obra do PAC – 3

André Vieira
Prostituta e cliente em um bar. Elas dançam, bebem e conversam com “os amigos” antes do programa

Por Maria Laura Neves (texto) e André Vieira (fotos)

Foi em uma briga por causa de terras que Silvia de Alcântara, 25 anos, moradora de Jaci, foi baleada e perdeu o marido, o fazendeiro Adaíldo Araújo da Silva, 49. O casal dormia no quarto de casa quando dois pistoleiros encapuzados desceram de uma moto para matá-los. Do lado de fora da casa, um dos assassinos deu um tiro na janela em direção à cama onde eles estavam deitados, enquanto outro atirou na fechadura da porta da casa. Silvia rolou para o chão ao lado da cama. Ficou encolhida embaixo da janela, fora da mira do atirador. O pistoleiro passou o braço pelo vidro quebrado e deu mais de 20 disparos contra o marido dela, caído no chão do outro lado da cama. Ela ouviu tudo.

Silvia levou um tiro na virilha. A filha dela, Gabriela, 6, tinha acabado de sair da cama do casal quando o crime aconteceu e ouviu os tiros do seu quarto. “Quando os disparos acabaram comecei a ouvir a Gabriela dizer: ‘Mamãe, mamãe’, mas não tive coragem de responder porque não sabia se os assassinos ainda estavam em casa. Depois de algum tempo de silêncio, levantei do chão e fui andando em um pé só até o quarto da Gabriela. Ela estava encolhida no canto da cama e me perguntou o que tinha acontecido. Respondi que bandidos haviam entrado em casa. Os policiais chegaram para me socorrer e ela ficou sozinha em casa. Foi quando viu o padrasto morto”, diz Silvia. (mais…)

Ler Mais

Terra sem lei: prostituição, drogas e violência na maior obra do PAC – 2

André Vieira
A terra fica molhada na frente da corrutela mesmo quando não chove. O barro se forma com a água que escorre da fossa dos bares

Mariane, 13, brincava de boneca até o ano passado, quando perdeu a virgindade, engravidou e largou a escola

Por Maria Laura Neves (texto) e André Vieira (fotos)

Dentro dos cabarés, as cafetinas não costumam aceitar prostitutas menores de idade. Nas ruas, no entanto, é possível encontrar adolescentes circulando em trajes justinhos durante toda a noite. Elas se concentram na boate do “reggae”, que apesar do nome toca funk, e na “Esquina do Geladão”, onde há DJ e pista de dança. Nesses lugares, elas bebem e dançam sensualmente rodeadas por homens. “A prostituição infantil em Jaci é muito sutil. Não é ostensiva. Os homens presenteiam as meninas com um tênis, um celular e isso é suficiente para que consigam dormir com elas”, diz a delegada Noelle Xavier, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Porto Velho. Muitas vezes os pais das garotas são coniventes, segundo Noelle, pois a miséria é o principal motivador da prostituição infantil no vilarejo. “Já teve pai que veio tirar a filha da escola dizendo que estudo não dá dinheiro e levou a menina para os bares”, diz Tarcísio Inácio Ramalho, vice-diretor da escola estadual Maria de Nazaré dos Santos, onde estudam os adolescentes de Jaci. (mais…)

Ler Mais

Terra sem lei: prostituição, drogas e violência na maior obra do PAC – 1

André Vieira
Novo bairro em Jaci Paraná, construído depois da chegada das usinas

Por Maria Laura Neves (texto) e André Vieira (fotos)

Uma mãe tem 13 anos e está grávida de 4 meses. Outra, de 43, mudou o filho de estado para afastá-lo do tráfico. Uma mulher viu o marido ser morto a tiros no quarto onde dormiam. As cicatrizes na vida dessas três mulheres têm uma origem em comum: a chegada de 20 mil trabalhadores, quase todos homens, ao vilarejo de Jaci Paraná, no município de Porto Velho para a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. A falta de preparo e de planejamento para receber esses migrantes fez com que a população do sul da floresta Amazônica — em especial as mulheres — arcasse com os custos do progresso

Jaci, em tupi, quer dizer “deusa-lua”, entidade protetora dos amantes e da reprodução. Paraná quer dizer grande rio. Jaci Paraná é o nome de um pequeno, pobre e empoeirado vilarejo de Porto Velho, onde a deusa indígena deve estar tendo bastante trabalho. Jaci é o maior bordel a céu aberto de Rondônia e talvez um dos maiores do país. Tudo em Jaci gira em torno da prostituição. São 44 pequenos cabarés construídos em casas feitas de tábuas de madeira e telhas de fibra. É mais do que a soma de todos os mercados, padarias e farmácias da região. A qualquer hora, do dia ou da noite, garotas de programa se exibem na porta dos bares, vestidas em pequenos shorts jeans e tops apertados, deixando as gordurinhas da barriga à vista. Elas começaram a chegar de vários estados do país há três anos, pouco antes da construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Juntas, as obras empregam 35 mil trabalhadores, na grande maioria homens, e formam a maior obra do PAC, o principal projeto de desenvolvimento de infraestrutura do governo federal. A partir daí, Jaci virou a promessa do novo Eldorado brasileiro, a terra das oportunidades — para homens e mulheres. (mais…)

Ler Mais

Mapuches em greve de fome já sofrem danos irreversíveis

A greve de fome líquida e a perda de mais de 20 quilos de peso já teriam provocado danos irreversíveis na saúde dos quatro mapuches chilenos presos que iniciaram a medida de força há 85 dias. Sua reivindicação é a anulação do processo em que foram condenados por roubo com intimidação e lesões menores. “A falta de nutrientes deve ter provocado dano cerebral”, apontou o médico Juan Carlos Reinao, que os examina desde que os mapuches começaram a greve. Contudo, serão realimentados nos postos de saúde onde permanecem internados. Segundo Reinao, o sistema de saúde estatal interpôs um recurso com este objetivo na Corte de Apelações do Chile e que foi aceito. A reportagem é de Ailín Bullentini e está publicada no jornal Página/12, 09-06-2011. A tradução é do Cepat.

“A gravidade é grande. Sofrem de desnutrição severa, desidratação no limite e estado geral grave. Os mais de 20 quilos que cada um perdeu na greve provocaram também diminuição no nível de concentração”, explicou o médico. Seu trabalho no monitoramento da saúde de Ramón LlanquileoJonathan HuillicalJosé HuenucheHéctor Llaitul começou no primeiro dia de greve e se deveu à exigência das famílias dos prisioneiros, que consideraram necessário que um profissional que não fosse da Gendarmería cuidasse da saúde dos mapuches. (mais…)

Ler Mais

Força-tarefa vai ajudar a revisar inquéritos sobre mortes no campo

A força-tarefa enviada pelo governo federal a Pará, Amazonas e Rondônia, após a morte de cinco camponeses na região, atuará também na parte administrativa das polícias locais, fazendo revisões de inquéritos inconclusos, por exemplo. A informação é do jornal Folha de S. Paulo, 10-06-2011.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que esteve ontem no Pará, afirmou que essa forma de atuação não significa ingerência sobre assuntos dos governos estaduais. Segundo ele, o pedido foi feito, no caso do Pará, pelo governador Simão Jatene(PSDB).

Um delegado do primeiro escalão da polícia paraense, porém, criticou o envio do reforço federal e disse à Folha que o Estado tem estrutura suficiente para administrar seus problemas. (mais…)

Ler Mais

MA – Padres e quilombolas fazem greve de fome

Dois padres da CPT (Comissão Pastoral da Terra) no Maranhão e 17 quilombolas entraram em greve de fome ontem. O protesto é uma forma de pressionar pela presença da ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) para tratar sobre a questão da violência contra líderes quilombolas no Estado. Desde a sexta-feira passada cerca de 40 comunidades de remanescente de quilombo do Maranhão ocupam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Luís.

“Estamos há dois dias tentando falar com a ministra dos Direitos Humanos e não conseguimos. Perdemos a paciência”, disse o padre Inaldo Serejo, coordenador da CPT no Estado e quem lidera o movimento. O outro padre que aderiu ao protesto é Clemir Batista da Silva.

Segundo a CPT, a lista de quilombolas ameaçados de morte no Maranhão aumentou de 52 para 59 nesta semana. A entidade diz que “nos últimos dias pelo menos duas lideranças quilombolas no estado sofreram tentativas de assassinato”. (mais…)

Ler Mais

Ditadura das mineradoras em Brumadinho, Minas Gerais

Mais de 30 pessoas das comunidades de Brumadinho – Córrego Ferreira, Palhano, Piedade do Paraopeba, Águas Claras, Retiro do Chalé, Jardins – foram impedidas de entrar na reunião da Ferrous Resources, realizada dia 08 de junho, quarta feira, no Restaurante Ao Pé da Serra, que falava sobre os planos de exploração da Serrinha/Serra da Moeda – com nome alterado pela empresa para Serena.

A Ferrous, que permitiu a participação somente daqueles que detinham “convite”, pretendia escolher “representantes eleitos pela comunidade”, que seriam responsáveis por fornecer subsídios para caracterização da região, para fins de licenciamento ambiental – Estudo de Impacto Ambiental.

A empresa, após o evento Abrace a Serra, realizado no dia 21 de abril, vem realizando diversas reuniões para convidados nas comunidades de Brumadinho, no claro intuito de manipular dados e ludibriar as comunidades. Várias pessoas foram impedidas, de entrar nas reuniões. No dia 25 de abril, na sede de Brumadinho, membros da ONG – Abrace a Serra da Moeda foram impedidos de entrar na reunião, pois não tinham “convite”. (mais…)

Ler Mais

Etiópia – hidrelétrica ameaça povo Omo

Los karo (o kara), con una población de entre 1.000 y 1.500 habitantes, viven en la orilla este del río Omo, en el sur de Etiopía. En la foto, una madre karo con sus hijos.
Los karo (o kara), con una población de entre 1.000 y 1.500 habitantes, viven en la orilla este del río Omo, en el sur de Etiopía. En la foto, una madre karo con sus hijos.

Una gigantesca presa hidroeléctrica amenaza a los pueblos indígenas del bajo río Omo. Estos pueblos indígenas llevan habitando esta zona desde hace siglos, y han desarrollado técnicas para sobrevivir a sus duras condiciones. No se les ha consultado acerca de la presa, a pesar de que pueden llegar a perder su medio de vida, que depende de la corriente natural del río.

Um abaixo assinado internacional em defesa dos Omo pode ser acessado clicando aqui.

Indígenas do Vale do Omo

El bajo río Omo, en el suroeste de Etiopía, es el hogar de ocho pueblos indígenas diferentes, cuya población asciende a unas 200.000 personas. Llevan siglos viviendo en la zona. (mais…)

Ler Mais