PR – Lista de ambientalistas ameaçados de morte tem dois paranaenses

Em todo país são 30 pessoas que já sobreviveram a atentados e devem receber proteção policial. CPT disse que 1.855 trabalhadores rurais estão em situação de risco

Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou, nesta semana, uma lista com o nome de 30 pessoas que trabalham no campo e de ambientalistas que já sofreram ameaças de morte ou sobreviveram a atentados violentos no país, entre os anos de 2000 a 2010. Na relação estão dois paranaenses.

Samir Ribeiro e Gentil Couto Vieira são integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná. Ribeiro atua na região de Nova Laranjeiras e Vieira em Santa Teresa do Oeste, ambas no Oeste paranaense.

De acordo com a organização, a lista completa apresenta 165 pessoas que foram ameaçados de morte mais de uma vez. Outra lista, que foi apresentada para o Governo Federal, tem 1.855 nome de trabalhadores no campo que sofreram algum tipo de ameaça no período. Destes, 207 receberam mais de uma ameaça e 42 foram mortos. (mais…)

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No Rio, atentados após conflitos com grandes obras em regiões de pesca

Sem dizer sim ou não, Alexandre Anderson de Souza, de 41 anos, responde se tem medo de ser executado:

— Sei que vou ser assassinado, só não sei o dia. Já senti o cheiro de pólvora — afirma o presidente da Associação Homens do Mar da Baía de Guanabara (Ahomar), na Praia de Mauá, em Magé.

— Ele não consegue dormir, fica parecendo uma assombração. E eu tomo remédios — completa sua mulher, Daize Menezes de Souza, de 44 anos.

O casal está na lista de ameaçados de morte de 2010 da Comissão Pastoral da Terra. Além deles, o pescador Luiz Carlos Oliveira, de Santa Cruz, na Zona Oeste, integra a relação de marcados para morrer no Rio.

Desde que começou a liderar protestos contra uma obra da Petrobras realizada pelos consórcios Oceânica e GDK, Souza perdeu dois colegas de pesca assassinados e sofreu seis atentados. Ele diz que o empreendimento causou danos ambientais à região e afastou peixes. Segundo o pescador, ameaças partiram de seguranças e policiais ligados às empresas. (mais…)

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RJ – Vândalos picham suástica e dizeres racistas no Monumento de Zumbi dos Palmares

Por Pedro de Figueiredo

Rio – A estátua de Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio, próximo à Marquês de Sapucaí, (foi vandalizada) na madrugada deste sábado. No local, os vândalos picharam dizeres racistas, como  “invasores malditos macacos” e “fora safados africanos”, e inseriram na base a figura de uma suástica. A cabeça do monumento recebeu tinta branca.

Segundo o secretário Municipal de Conservação Pública, Carlos Roberto Osório, o ato dos agressores é intolerável. “É inadmissível ter esse tipo de atitude no Rio. Não foi apenas uma simples pichação, mas um ato de racismo, com objetivo claro de vandalizar uma pessoa importante para o movimento negro. Não vamos tolerar uma agressão dessas a esse herói da nação”, disse Osório. (mais…)

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‘O debate vai além de uma lista de marcados para morrer’

O coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), padre Dirceu Luiz Fumagalli, fala com propriedade sobre os conflitos no campo. Para ele, o grande problema hoje pode ser resumido em uma palavra: impunidade. Segundo Fumagalli, dos mandantes dos 1.580 assassinatos que ocorreram no campo nos últimos 26 anos, há apenas um preso. “Quando o Judiciário tem de julgar e condenar os culpados é extremamente omisso ou cúmplice com aqueles que cometeram os crimes”, disse. A entrevista é de Isadora Peron e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 05-06-2011. Eis a entrevista.

A CPT entregou um relatório ao governo no qual aponta que 1.855 pessoas sofreram ameaças de morte no campo entre 2000 e 2011. O que tem de ser feito para protegê-las?

A primeira coisa que é preciso dizer é que esse número não esgota toda a realidade dos ameaçados no campo. A socialização desse dado tem o objetivo de abrir um diálogo com o governo e com a sociedade. As pessoas muitas vezes veem o campo como um lugar tranquilo de se viver e tem pouquíssima informação das lutas travadas e da importância dessas lutas. O fato é que este debate vai muito além de uma lista de marcados para morrer, mas é claro que o nosso primeiro objetivo é exigir a proteção a essas pessoas ameaçadas por parte do Estado. (mais…)

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PA – Cinco mortes e uma ameaça

Daniel Bramatti – O Estado de S.Paulo, 05-06-2011

O Jardim da Paz, área de ocupação irregular em um dos bairros de Marabá, é um microcosmo dos conflitos que ocorrem em todo o sudeste do Pará. Há disputas por terras, crimes por encomenda e até uma onda de ameaças por conta da devastação de uma pequena reserva de mata nativa.

Nos quatro anos desde a invasão do terreno, um remanescente de fazenda em plena área urbana, perto da Rodovia Transamazônica, Ilka Barros Lima é a sexta pessoa a comandar a associação de moradores. As outras cinco foram assassinadas, e ninguém foi preso por isso.

Envolvida em uma disputa com vizinhos em torno da preservação de uma “microfloresta”, Ilka disse que vem sendo ameaçada e teme ser a próxima vítima. (mais…)

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Pará faz da região norte a nova campeã de homicídios no país

Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo – O Estado de S. Paulo, 05-06-2011

No começo de fevereiro, o delegado Alberto Teixeira, superintendente da Polícia Civil em Marabá, no Pará, decidiu colocar todo o efetivo nas ruas. À noite, liderou um comboio de cerca de 20 carros pela cidade. No jargão local, é o que se chama de “patrulhão”.

A ideia era fazer uma blitz nos pontos mais notórios de tráfico de drogas. Não demorou para que o patrulhão se desmantelasse. Relatos de assassinatos cometidos por duplas em motocicletas começaram a pipocar em diferentes pontos da cidade, cortada em três setores distintos pelos Rios Tocantins e Itacaiúnas.

As equipes de policiais se dividiram para atender aos chamados. Único a percorrer todas as cenas de crimes, o delegado Teixeira contou nada menos que 13 cadáveres antes de o sol nascer. Era seu primeiro dia de trabalho na cidade.

“Foi um cartão de boas-vindas mandado pelo tráfico”, disse Teixeira, especialista em combate ao crime organizado. “Em 19 anos de polícia, nunca tinha visto nada parecido”, acrescentou o delegado, que há pouco mais de quatro meses trocou Belém pelo principal município do “Polígono da Violência” – região no sudeste do Pará que concentra 14 cidades com altas taxas de assassinatos. (mais…)

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O império de Fela

Reprodução

‘Voz da África’ que entrou para a história da Nigéria ao contestar a ditadura de seu país, Fela Kuti tem sua biografia lançada no Brasil

Roberto Nascimento – O Estado de S.Paulo

O calvário de Fela Anikulapo Kuti começou em 1974, quando a ditadura nigeriana se deu conta de que o afrobeat era uma ameaça ao establishment. Com uma receita politizada que incorporava as tramas instrumentais de James Brown à polirritimia do oeste africano, a cria musical de Fela tornara-se febre entre as massas do país, denunciando a prefeitura de Lagos, enaltecendo o “eu” africano e expondo as hipocrisias de nigerianos que se submetiam à mentalidade colonialista.

A popularidade dos discos Afrodisiac e Gentleman, ambos de 1973, foi o estopim. Um ano depois, Fela, nascido em 1938, foi preso por 50 policiais e passou dez dias na cadeia. Pagou fiança, voltou para casa e somente então descobriu o quanto queriam amordaçá-lo: na mesma noite, a polícia bateu à sua porta e plantou um baseado em seu quarto. “Olhei pro papel. Pensei rápido, cara, rápido mesmo”, conta Fela na biografia Fela – Esta Vida Puta, do cubano Carlos Moore, cuja tradução está sendo lançada no País esta semana. “Pulei em direção ao policial, peguei o fumo, enfiei-o na boca e pulei na cama, cara. Engoli a ponta! Peguei a garrafa de uísque ao lado da cama, pus na boca e empurrei a maconha goela abaixo. E aí comecei a esculachar os caras: “Qual é o problema de vocês, seus desgraçados? Olha, eu tô tentando salvar este país, porra. Vocês querem me colocar em cana? O que foi que eu fiz? O que foi que eu fiz? É porque eu fumo? Porra…” (mais…)

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Ônibus com estudantes Terena é atacado em Mato Grosso do Sul

CIMI/MS

Lideranças do povo Terena da Terra Indígena “Cachoeirinha”, município de Miranda (MS), denunciaram que anteontem, dia 3 de junho, por volta das 23h30, o ônibus escolar utilizado no transporte dos alunos que estudam na rede escolar no município de Miranda sofreu um ataque com pedras e tentativa de incêndio, no retorno à aldeia. Segundo os indígenas, o ataque ocorreu logo depois que o ônibus entrou na área indígena – 300 metros depois da rodovia.

Com cerca de 30 alunos, o veículo, num primeiro momento, foi cercado e pedras foram atiradas, estourando os seus vidros. Em seguida, objetos pegando fogo foram atirados contra o ônibus numa tentativa de incendiá-lo. O motorista, na tentativa de se salvar, conforme relatos de lideranças indígenas, abandonou o veículo ainda em movimento, enquanto os alunos tentavam sair pelas janelas quebradas.

Quatro alunos sofreram queimaduras, sendo que um deles foi levado para Campo Grande e está internado na Santa Casa. A Polícia de Miranda esteve no local e autorizou a remoção do veículo sem realizar nenhum tipo de perícia, de acordo com o testemunho dos indígenas. (mais…)

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Quilombo da Paz, em Resende, busca o resgate da cidadania

A volta de uma festa popular resgata também a cidadania na comunidade da Vicentina
Boi-Bumbá: A volta de uma festa popular resgata também a cidadania na comunidade da Vicentina

Lúcia Pires  – Resende

Quando se fala em quilombo, logo vem à mente a imagem de centros comunitários fundados por escravos em busca da liberdade. Em Resende, uma comunidade fundou no final do século passado o Quilombo da Paz, com o objetivo de abrigar projetos que possibilitassem novos horizontes para seus jovens e os tirasse do mundo das drogas e de uma vida marginal.

Para um dos fundadores do quilombo – o autônomo Francisco José, de 57 anos, mais conhecido por Cobra Azul -, o projeto conseguiu ajudar muitas crianças, adolescentes e jovens, e todo o esforço voluntário valeu e continua valendo a pena.

– O Quilombo da Paz foi criado como um projeto da Associação Cultural Boi Bumbá. Tudo começou há 22 anos, em 1989. Naquela época nosso bairro (Vila Vicentina) era considerado um dos locais mais violentos da cidade.  Na festa de malhação de Judas tivemos o assassinato de dois rapazes, e a comunidade ficou muito preocupada porque estávamos perdendo nossos jovens para as drogas, o crime. Foi então que resolvemos unir as forças e fazer alguma coisa em conjunto.  Passamos a reunir as crianças para brincar de boi-bumbá, mas a fama de bairro violento era tanta que as pessoas dos outros bairros não queriam vir aqui; nós é que tínhamos de ir aos outros bairros para mostrar o nosso trabalho. A situação melhorou quando um amigo nosso veio do Pará para trabalhar em Resende. Ele ensinou para nós como fazer o Boi de acordo com a festa de Paraitins – relembra Cobra Azul, ressaltando que muitos moradores se apresentaram como voluntários para trabalhar em conjunto na produção. (mais…)

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Cobras e lagartos virtuais

É cada vez maior o número de demonstrações de intolerância, preconceito e racismo nas redes sociais. O Twitter é o campeão das ofensas

Imagine o que têm em comum o músico Ed Motta e a estudante de direito Mayara Petruso? Aparentemente nada, mas ambos ganharam os holofotes nacionais por conta de seus destemperos em redes sociais – e as consequências que os impropérios virtuais impensados lhes renderam.

Mayara ficou conhecida em novembro do ano passado, quando, irritada com a vitória de Dilma Rousseff nas eleições para a Presidência da República, publicou mensagens de ódio contra nordestinos em seus perfis de Twitter e Facebook: “Nordestino não é gente. Faça um favor a São Paulo, mate um nordestino afogado!”. Na última quinta-feira, 2, a Justiça Federal em São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público Federal pedindo a abertura da ação contra a moça e ela tornou-se ré em um processo criminal por racismo.

Já o cantor e compositor voltou a ser notícia em meados de maio, quando valeu-se de sua página no Facebook para o que ele classificou, posteriormente, de fazer “comentários infelizes”. “ (Estou em) Curitiba, lugar civilizado, graças a Deus. O Sul do Brasil, como é bom, tem dignidade isso aqui. Frutas vermelhas, clima frio, gente bonita. Sim porque ooo povo feio o brasileiro, (risos). Em avião, dá vontade chorar (risos). Mas chega no Sul ou SP gente bonita compondo o ambiance (risos)”. E foi além, falando mal de vários músicos e tecendo críticas às mulheres. Quando o caso veio à tona, pediu desculpas publicamente e disse estar “com uma vergonha gigante”. (mais…)

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