Belo Monte será ‘uma vergonha’? artigo de Washington Novaes

O Estado de S.Paulo – O noticiário dos últimos dias sobre o projeto de implantação da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, torna ainda maior a perplexidade diante da indiferença, surdez mesmo, com que os órgãos do governo federal envolvidos no projeto recebem as numerosas exigências de esclarecimentos que a sociedade tem feito.

Na sexta-feira da semana passada, enquanto índios, ribeirinhos, pequenos agricultores e pescadores, além de especialistas da Universidade do Pará, manifestavam sua inconformidade com o projeto – e chegavam, os acadêmicos, a afirmar que ele não é necessário nem mesmo em termos de energia -, anunciava o Ministério de Minas e Energia (amazônia.org, 13/8) que o contrato de concessão para a “usina de 11.233 MW” pode ser assinado ainda este mês, ou seja, antes mesmo que o Ibama conceda a licença de instalação. Também se anunciava que o contrato de concessão com 11 construtoras – agora incluindo três das maiores do País – “terá seu valor reduzido em cerca de R$ 4 bilhões, para R$ 15 bilhões” (Estado, 15/8). Ou seja, o valor estimado da obra já passou de R$ 9 bilhões para R$ 15 bilhões, para R$ 19 bilhões, para R$ 30 bilhões e agora retorna a R$ 15 bilhões. Que precisão! Quanta confiabilidade desperta no cidadão que paga impostos e no contribuinte dos fundos sociais que bancarão os custos!
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Maranhão: Pecuarista é flagrado pela 6ª vez com trabalho escravo

Aprovação da PEC do trabalho escravo JÁ

Por Bianca Pyl, da Agência de Notícias Repórter Brasil.

Expropriação de terras de escravagistas poderia ter evitado pelo menos 159 libertações de escravizados no caso de apenas uma única propriedade no Maranhão: a Fazenda Zonga, do pecuarista Miguel de Souza Rezende.

Se a Fazenda Zonga, em Bom Jardim (MA), tivesse sido confiscada do pecuarista Miguel de Souza Rezende após a primeira libertação de trabalho escravo da área em 1996 – como prevê a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001, que tramita desde 1995 no Congresso -, a escravidão de pelo menos outras 159 pessoas poderia ter sido evitada. Detalhe: a ”propriedade” em questão fica dentro da Reserva Biológica (Rebio) de Gurupi.

Pela sexta vez, trabalhadores em condições análogas à escravidão foram  encontrados na Fazenda Zonga. Da primeira vez, foram 52 libertados. Todos os que vieram nos anos seguintes, portanto, poderiam não ter ocorrido caso houvesse a expropriação. Foram 32 libertações em 1997, 69 em 2001, 13 em 2003 e, agora em agosto de 2010, mais 45.
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