”O natural não é ser homem ou mulher”. Entrevista especial com Margareth Rago

Mais do que deixar de lado a identidade, e dividir a população pura e simplesmente entre homens e mulheres, Michel Foucault e o movimento queer nos inspiram a dissolvê-la, a conviver com o incerto, o inclassificável e o inominável. “É muita falta de criatividade de nossa parte ficar catalogando, classificando as pessoas”, alfineta a historiadora Margareth Rago, na entrevista que concedeu, por telefone, à IHU On-Line. Além disso, continua, essa necessidade de rótulos revela “uma tremenda insegurança”, que só reitera a exclusão, o estigma, o sexismo, o racismo e o ódio. É por isso que o transgênero assusta tanto, avalia Rago. “Ele foge às etiquetas com as quais estávamos acostumados a distribuir e identificar as pessoas. O natural não é ser homem ou mulher”.

As conquistas e desafios do feminismo são outro tema debatido na entrevista. Para Rago, vivemos profundas transformações nas relações de gênero, mas ainda há muito em que progredir. A violência de gênero, por exemplo, não diminuiu, mas ganhou visibilidade na mídia. Por outro lado, homossexuais e mulheres deixaram de ser tão estigmatizados e já têm espaços conquistados e garantidos a cada dia. Aquele pensamento de que a mulher era um ser inferior, impedido de certas profissões e marcado por comportamentos muito mais emocionais do que racionais ruiu há tempo, garante Rago. Já os homossexuais, tidos como anormais e patológicos no passado, hoje têm mais espaço e respeito na sociedade.

Graduada em História pela Universidade de São Paulo (USP), Margareth Rago é mestre e doutora em História pela Universidade de Campinas (Unicamp) com a tese Os Prazeres da Noite. Prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo, 1890-1930 (2ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008). É pós-doutora e livre-docente pela Unicamp, onde é professora. Entre outros, é autora de Foucault: para uma vida não fascista (Belo Horizonte: Autêntica, 2009), Feminismo e anarquismo no Brasil. A audácia de sonhar (Rio de Janeiro: Achiamé, 2007) e Do Cabaré ao Lar. A utopia da cidade disciplinar (3ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997). Em 16 de junho, apresentou a conferência Michel Foucault e a escrita de si nos feminismos contemporâneos, no Seminário Michel Foucault – Corpo, sexualidade e direito, promovido pela UNESP/Marília. Confira a entrevista. (mais…)

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A saudade que mata: Pesquisa discute a polêmica questão do banzo como “nostalgia mortal” dos escravos

REPRODUÇÃO DO LIVRO RIO DE JANEIRO - CIDADE MESTIÇA
Carlos Haag

Edição Impressa 172 – Junho 2010

“Vai com a sombra crescendo o vulto enorme/ Do baobá…/ E cresce na alma o vulto de uma tristeza, imensa, imensamente…”, escreveu o poeta parnasiano Raimundo Correia no soneto Banzo. Essa tristeza, batizada de banzo, era um estado de depressão psicológica que tomava conta dos africanos escravizados assim que desembarcavam no Brasil e seria uma enfermidade crônica: a nostalgia profunda que levava os negros à morte. “No século XIX, obras como as do médico francês François Sigaud e do naturalista Carl F. von Martius, bem como crônicas de viajantes europeus, veicularam essa ideia de uma nostalgia fatal dos escravos. Nestes relatos, as mortes voluntárias dos cativos são descritas como uma forma passiva de suicídio – recusar alimentos e deixar-se morrer de inanição e tristeza – e também pelos métodos universais, como enforcamento, afogamento, uso de armas brancas etc.”, explica a psiquiatra Ana Maria Galdini Oda, professora adjunta do Departamento de Medicina do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), que analisou o banzo em sua pesquisa Dos desgostos provenientes do cativeiro: uma história da psicopatologia dos escravos brasileiros no século XIX, que recebeu da FAPESP uma bolsa do Programa de Jovem Pesquisador em Centro Emergente. “Invariavelmente, os narradores atribuíam esse desejo de morrer a uma enfermidade melancólica, relacionada à situação de cativeiro: o desgosto causado pelo afastamento violento da África, a revolta pela perda de liberdade e as reações aos castigos pesados e injustos.” (mais…)

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Bolivia: ¿Puede haber “cambio” con racismo?

Por Rafael Puente

En el matutino Cambio, en la edición del pasado martes 22, aparece una caricatura que me parece insoportablemente racista, y no puede ser que, en vísperas de la promulgación por nuestro gobierno de una ley anti-racismo, nada menos que su periódico oficial permita la publicación de una caricatura de ese tipo.

El evidente racismo del caricaturista —que dice llamarse Rodolfo Ninavia— se manifiesta en primer lugar en los rasgos con que caracteriza a los pueblos indígenas de Tierras Bajas (la etiqueta dice CIDOB), y en segundo lugar en el hecho de que los supone manejados a control remoto.

Es la misma visión colonial que nuestro gobierno quiere superar: los indios salvajes (en taparrabos), fo-fos, ineptos, y que no pueden funcionar por sí mismos. Amigos de Cambio: ¿cómo pueden dar cabida en su medio a semejante caricaturista y a semejante resabio de la visión colonial? (mais…)

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Venezuela: Yanomamis mueren por enfermedades y asesinatos de garimpeiros

Servindi – Impactantes imágenes sobre la penosa situación de indígenas Yanomamis, en el Alto Orinoco, en la amazonía de Venezuela son difundidas por el sitio web de Magicaradio.

El medio comunitario denuncia la situación extrema que atraviesan los Yanomamis a causa de la contaminación, las enfermedades y los asesinatos de los garimpeiros o buscadores de oro. “No solo los esclavizan sino que también los violan, maltraran y asesinan” afirma.

Un reporte elaborado por Jaime E. Mora, de la Fundación Comunitaria en Amazonas Mágica señala: “Nuestros indígenas están siendo asesinados por extranjeros que roban en nuestra tierra venezolana”.

“Es hora de tomar conciencia real de lo que está sucediendo en el Amazonas Venezolano y divulguemos toda ésta información” indica.

“Ante la mirada indiferente de muchos o el desconocimiento general de la población, en el Alto Orinoco del Amazonas venezolano nuestros indígenas Yanomami continúa.

“Parte de estos casos se presentan en Momoi -en la Sierra Parima B – Municipio Alto Orinoco- dónde los Garimpeiros roban sus mujeres, las violan entre varios hombres y las embarazan” prosigue.

“Los Yanomamis hasta ahora han matado a uno o dos garimpeiros en defensa propia (…) “Después de esto los garimpeiros envenenaron unúnico río que les surte de agua a éstas comunidades indígenas, enterrando también veneno en la tierra que produce un olor a plástico quemado y provoca la muerte” se reseña. (mais…)

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Pronunciamiento de la Asociación Interétnica de Desarrollo de la Selva Peruana – AIDESEP

La Asociación Interétnica de Desarrollo de la Selva Peruana – AIDESEP, en su condición de organización representativa de los pueblos indígenas amazónicos, se dirige a la opinión pública nacional e internacional para dar a conocer su posición respecto de la observación hecha por el Poder Ejecutivo sobre la Ley de Derecho a la Consulta, en los siguientes términos:

1.         Los pueblos indígenas amazónicos nos movilizamos en agosto del 2008 y abril del 2009, demandando la derogatoria de varios decretos legislativos emitidos por Gobierno del Presidente Alan García; exigiendo el Derecho a ser Consultados, de acuerdo a lo establecido por el Convenio 169 de la OIT, ratificado por el Estado peruano, mediante Resolución Legislativa Nº 26253, vigente en nuestro país desde de febrero de 1995. Siendo un Tratado Internacional de obligatorio cumplimiento por parte del Estado y el Gobierno.

2.     En mayo del 2010, el Congreso de la República, aprobó mediante un amplio consenso de los diferentes partidos y movimientos políticos representados en el Poder Legislativo, la “Ley del derecho a la consulta previa a los pueblos indígenas u originarios reconocido en el Convenio Numero 169 de la Organización Internacional del Trabajo”. Al aprobarse la Ley de Derecho a la Consulta a los Pueblos Indígenas, el Congreso de la República reconoció la LEGITIMIDAD DE NUESTRAS LUCHAS Y NOS HA DADO LA RAZON EN LA DEFENSA DE NUESTROS DERECHOS Y TERRITORIOS. (mais…)

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Mészáros defende alternativa ao sistema parlamentar

Carta Maior – Novo livro do marxista húngaro propõe um enfrentamento aos problemas de nossa política democrática como forma de responder à indagação: o que continua irremediavelmente errado no que se refere às genuínas expectativas socialistas? Mészáros aponta para a necessidade de uma crítica profunda da concepção que vê na disputa dentro do sistema parlamentar um cenário de construção de transformações sociais. Para ele, a alternativa necessária a esse sistema estaria ligada à “questão da verdadeira participação”.

Redação

Em Atualidade histórica da ofensiva socialista – uma alternativa radical ao sistema parlamentar o marxista húngaro István Mészáros propõe um enfrentamento aos “graves problemas de nossa ‘política democrática’” como forma de responder à indagação: o que continua irremediavelmente errado no que se refere às genuínas expectativas socialistas? Fugindo de explicações simplistas que apontam “traições” no momento da chegada ao poder, Mészáros aponta para a necessidade de uma crítica profunda da concepção que vê na disputa dentro do sistema parlamentar um cenário de construção de transformações sociais. (mais…)

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Dirigentes da CNA estão na lista de contas irregulares do TCU

Do Blog da Reforma Agrária

Entidades e lideranças do agronegócio estão relacionados entre os gestores com contas irregulares, entregue nesta semana pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Entre eles, os vice-presidentes-diretores da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na atual gestão da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), Carlos Sperotto, Francisco Ferreira Cabral e Carlos Augusto Melo Carneiro da Cunha e o ex-presidente da. Comissão Nacional de Meio Ambiente da entidade, Assuero Doca Veronez.

O campeão de condenações entre os ruralistas é Carlos Sperotto, presidente da federação de agricultura gaúcha, a Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Ele é opositor da reforma agrária e defensor dos transgênicos. Sperotto acumula condenações em quatro processos por irregularidades nas contas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). (mais…)

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A ofensiva do agronegócio contra o povo brasileiro

O Brasil é alvo de uma ofensiva do grande capital, articulado pelas empresas transnacionais e pelos bancos, dentro de uma aliança com os latifundiários capitalistas, que criaram um modelo de organização da agricultura, chamado de agronegócio.

A partir da segunda metade da década de 90 – e mais ainda depois da crise do capitalismo internacional -, grandes corporações internacionais, financiadas pelo capital financeiro, passaram a avançar sobre a agricultura brasileira: terras, água e sementes, produção e industrialização de alimentos e na comercialização de agrotóxicos.

Nesse processo, o agronegócio tenta impedir o desenvolvimento da pequena agricultura e da Reforma Agrária e consolidar o seu modelo de produção, baseado na grande propriedade, monocultura, expulsão da mão-de-obra do campo com o uso intensivo de máquinas, devastação ambiental e na utilização em grande escala de agrotóxicos. (mais…)

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El pueblo indígena Totoroez se declara en emergencia territorial

El pueblo Totoroéz se declara en alerta  en el territorio ancestral debido a que desde hace un mes hay personas desconocidas que atemorizan física y psicológicamente a la comunidad de la vereda Malvazá perteneciente a nuestro territorio y que está dentro del marco del título de 1630. Como pueblo ancestral realizaremos el posicionamiento y legitimación del territorio para esclarecer la procedencia de las fuerzas oscuras operan en la región, es de vital importancia que ustedes como organización nos acompañen al evento simbólico de nuestra comunidad,

EL PUEBLO INDÍGENA TOTOROEZ SE  DECLARA EN EMERGENCIA TERRITORIAL POR EL INCUMPLIMIENTO DE ACUERDOS DEL GOBIERNO Y AMENAZA A DIRIGENTES  POR LUCHAR EL  SANEAMIENTO DEL  TERRITORIO Y FIJA SU POSICIONAMIENTO.

Totoró 24 de junio de 2010

-El pueblo indígena Totoroéz legítimamente constituido desde la ley de origen basado en los usos y costumbres viene fortaleciendo la dinámica de posicionamiento territorial, con base a nuestra propia identidad  pilar fundamental de pervivencia hoy mañana y siempre.

A raíz de la situación  presentada  en nuestro territorio por la presencia de actores armados en los últimos días y donde buscan de manera directa a los líderes de nuestros resguardo, nos permitimos hacer una  Declaración de Alerta del Pueblo Indígena Totoroéz  con Relación  a esta acción de extraños  que desequilibran el  Orden Público. (mais…)

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