Proteção das Terras Guarani garante a preservação da Mata Atlântica

A proteção do meio ambiente e a dos direitos territoriais indígenas, além de consagrados na Constituição, possuem um horizonte comum

Bianca Pyl, Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP)

Na semana em que as atenções se voltam para a Mata Atlântica, devido ao Dia Nacional desse bioma – comemorado em 27 de maio, é impossível esquecer dos Guarani, um povo indígena que luta pela preservação da mata, da qual depende diretamente para manter seu modo de vida. “O povo Guarani sempre foi o mais interessado em preservar a Mata Atlântica e continua sendo o que mais preserva porque não estamos preservando somente a mata, estamos preservando a nossa cultura. Onde ainda tem um restinho dessa mata é porque ali vive o povo Guarani”, define Antônio Carvalho, o Werá Kwaray, da aldeia Boa Esperança, no município de Aracruz (ES).

Os Guarani constituem a maior população indígena em área da Mata Atlântica. Cerca de 90% das 120 terras Guarani situadas nas regiões Sul e Sudeste estão localizadas em meio a esse bioma.   Isso não é por acaso, o bioma é o local privilegiado para sua cosmologia e para a constituição do tekoa, conceito que diz respeito à realização do seu modo de ser. “Para nós, povo Guarani, é a natureza que foi preservada, nós entendemos que ela é um espaço muito importante para o povo Guarani. E também para o povo Guarani ela é bastante sagrada, ela precisa ser preservada. Nós entendemos que ela não é importante só para o povo Guarani, por isso ela deve ser preservada, não só pelo Guarani, mas pela sociedade branca, o próprio governo precisa fazer com que essas áreas não seja destruída”, relata Maurício da Silva Gonçalves, da aldeia Estiva, em Diamante (RS). (mais…)

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Seu Benedito, líder quilombola do Amapá, continua escondido na mata. E denúncia só ontem chegou ao Legislativo e à mídia

Fonte: Amazonia.org.br
Link: http://www.amazonia.org.br

Ontem (24), durante pronunciamento, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) denunciou na Câmara dos Deputados a ameaça de morte feita contra o líder quilombola Benedito Anunciação Furtado. As informações são do jornal Diário do Amapá.

Furtado pertence ao quilombo Kulumbu do Patualzinho, localizado no Amapá, na fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, mas vive atualmente escondido, com a família, na floresta.  Segundo a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Amapá (Conaq/AP), o líder estaria sofrendo ameaças de um grileiro e garimpeiro conhecido como Açaí.

Apesar de já ter sido reconhecido pela Fundação Palmares, o quilombo Kulumbu do Patualzinho ainda não foi demarcado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e existe interesse na área por parte de particulares e grupos que pretendem expulsar as famílias, segundo denuncias da Conaq.  A deputada Janete afirmou que irá pedir à Polícia Federal que dê segurança ao líder ameaçado, e ao Incra, que acelere a demarcação da área.

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=355784

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Internacional: Amazonía de Bolivia sufrirá impacto ambiental por represa en Río Madera

Servindi, 25 de mayo, 2010.- La privatización de la cuenca del río Madera en la frontera entre Brasil y Bolivia para proyectos energéticos provocará un alto costo socio-ambiental a las poblaciones ribereñas y comunidades indígenas del lado boliviano, informaron representantes de organizaciones e instituciones de la región norte de ese país.

Según datos contenidos en el Estudio de Impacto Ambiental elaborado por la Autoridad Brasileña del Medio ambiente (IBAMA)  el área de inundación llegará hasta Bolivia, lo que quiere decir que ya no habrá más variación estacional del nivel del agua.

La construcción de represas brasileñas que obedecen a un ambicioso proyecto energético del gigante amazónico rompe con tratados internacionales y coloca a las poblaciones bolivianas del norte amazónico a merced de una serie de flagelos. Entre ellos, inundaciones, epidemias, cambio climático, pérdida de biodiversidad y decadencia de la economía agro extractivista local. (mais…)

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Novas informações sobre a estudante africana agredida na UFBP

Segundo Eduardo Fernandes, Coordenador da ONG de apoio jurídico popular Dignitatis, a Comissão de Direitos Humanos da UFPB foi acionada, assim como o Procurador da República  e Professor da UFPB, Dr. Duciran Farena, que é o atual Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba. Para Eduardo, “além das manifestações, solidariedade e apoio, devemos procurar os meios institucionais para que o caso não entre no esquecimento coletivo esquizofrênico do dia-dia”.

Hoje, em matéria veiculada pela TV Local,  a Delegada reforçou a sua fala, dizendo que, se as lesões são leves, não há racismo. Para a Dignitatis, entretanto, “as lesões na alma de uma mulher negra, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, não constituem apenas uma tipificação penal. São a reprodução da violência simbólica de nossa sociedade e instituições”.

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Estudante africana é hospitalizada após ser agredida dentro da UFPB

Marcelle Ribeiro, O Globo, TV Cabo Branco

JOÃO PESSOA, SÃO PAULO – A estudante de Letras Kadija Lu, de 23 anos, foi xingada de “negra-cão” e agredida a chutes dentro do campus da Universidade Federal da Paraíba na noite desta segunda-feira. O agressor, um vendedor de cartões de crédito, foi ouvido pela polícia e liberado. A delegada Juvanira Holanda, da 4ª Delegacia Distrital de João Pessoa, informou que ele não responderá por racismo nem por lesão corporal. Segundo ela, o rapaz está sendo investigado apenas por injúria e vias de fato.

“Para caracterizar racismo tem que ter uma série de coisas. Não é só chegar e falar ‘sua branca’, ‘seu negro’ ou ‘seu negro safado’ “

Para a delegada, chamar uma pessoa de ‘negro’ não configura crime de racismo e chutar o abdômen não é lesão corporal. Segundo a delegada, uma testemunha afirmou que o acusado disse “pega essa negra-cão” durante a confusão que se formou no campus, quando a estudante foi tomar satisfação com o vendedor de cartões por um gesto obsceno que ele teria feito para ela.

– Não houve racismo. Para caracterizar racismo tem que ter uma série de coisas. Não é só chegar e falar “sua branca”, “seu negro” ou “seu negro safado”. Só caracteriza racismo quando, por exemplo, você impede o acesso de um negro a educação – afirmou a delegada. (mais…)

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Municípios do Maranhão e Piauí entre os que mais desmatam o Cerrado

 Autor: Foto: Correio Braziliense

Balsas (MA) e Ribeiro Gonçalves (PI) , mostram que a opção de modelo rumo ao crescimento naufragou com o passar dos anos

Desenvolvimento: Ribeiro Gonçalves, no Piauí, com 6 mil habitantes, e Balsas, no Maranhão, com 100 mil, mesmo bem distintas, mostram que a opção de modelo rumo ao crescimento naufragou com o passar dos anos. A relação com o cerrado, a opção de desenvolvimento econômico adotada e os prognósticos desenhados para os próximos anos aproximam duas pequenas cidades no Nordeste brasileiro. Ribeiro Gonçalves, no sul do Piauí, recebeu as primeiras grandes plantações de soja e milho no fim da década de 1980. Quase 20 anos depois, continua liderando os índices de desmatamento do cerrado. Balsas está no sul do Maranhão e é outra cidade desde a penetração da soja, há 15 anos.

Na última safra do grão, foi colhido 1,1 milhão de toneladas, uma produção que só foi possível a um custo de 455 quilômetros quadrados de cerrado devastados entre 2002 e 2008. Tanto Ribeiro Gonçalves quanto Balsas já sentem os efeitos da estagnação econômica: o Produto Interno Bruto (PIB) per capita recuou entre 2003 e 2007. (mais…)

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Crise ecológica, capitalismo, altermundialismo: um ponto de vista ecossocialista – por Michael Löwy

 

Unisinos – Os ecologistas se enganam se crêem poder abrir mão da crítica de Marx ao capitalismo: uma ecologia que não leve em conta a relação entre “produtivismo” e lógica do lucro está destinada ao fracasso – ou pior, à sua recuperação pelo sistema. Os exemplos não faltam… A ausência de uma postura anticapitalista coerente levou a maior parte dos partidos verde europeus – França, Alemanha, Itália, Bélgica – a tornar-se simples parceiro “ecoreformista” da gestão social-liberal do capitalismo pelos governos de centro-esquerda. A opinião é de Michael Löwy em artigo para o n° 14 da revista Margem Esquerda reproduzido pela CartaMaior, 24-05-2010. Eis o artigo.

Grandezas e limites da ecologia

A grande contribuição da ecologia foi e continua sendo nos fazer tomar consciência dos perigos que ameaçam o planeta como consequência do atual modelo de produção e consumo. O crescimento exponencial das agressões ao meio ambiente e a ameaça crescente de uma ruptura do equilíbrio ecológico configuram um quadro catastrófico que coloca em questão a própria sobrevivência da vida humana. Estamos diante de uma crise de civilização que exige mudanças radicais.

Os ecologistas se enganam se crêem poder abrir mão da crítica marxiana do capitalismo: uma ecologia que não leve em conta a relação entre “produtivismo” e lógica do lucro está destinada ao fracasso – ou pior, à sua recuperação pelo sistema. Os exemplos não faltam… A ausência de uma postura anticapitalista coerente levou a maior parte dos partidos verde europeus – França, Alemanha, Itália, Bélgica – a tornar-se simples parceiro “ecoreformista” da gestão social-liberal do capitalismo pelos governos de centro-esquerda. (mais…)

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Garzón vai assessorar Tribunal Penal Internacional

O juiz espanhol punido por buscar a verdade dos crimes do franquismo está de mudança para Haia. Assessorará Luís Moreno Ocampo, procurador que atuou no julgamento das Juntas Militares da Argentina, em 1985, e atual procurador no Tribunal Penal Internacional. Em diálogo com o Página12, Moreno Ocampo explicou por que há dois tipos de vítimas: os torturados e assassinados e as famílias que não podem saber toda a verdade do que aconteceu.

Martín Granovsky – Página 12

Carta Maior – A parábola vai se completar nesta semana: o juiz que quis investigar o que se passou com as vítimas do franquismo começará a trabalhar com o procurador que há 25 anos acusou os verdugos argentinos.

“Há muitos anos que necessito da ajuda de Baltasar Garzón”, disse Luis Moreno Ocampo ao Página12. E depois de esclarecer que não pode opinar sobre a Justiça espanhola, desliza uma ironia: “e agora tenho tempo”.

Moreno Ocampo é procurador no Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia. Não é a mesma corte que falhou na decisão sobre Botnia e o o Rio Uruguai. É a Corte criada em 1998 pelo Estatuto de Roma, para investigar crimes contra a humanidade e a paz e que começou a funcionar quando 60 Estados ratificaram o Estatuto, em 2002. Uma de suas primeiras medidas práticas foi designar um procurador e pedir-lhe que montasse uma procuradoria. Esses são o cargo e o trabalho de Moreno Ocampo.

Garzón será seu colaborador depois que o Conselho Geral do Poder Judiciário da Espanha concedeu autorização na última sexta-feira. Ele está suspenso desde que o Tribunal Supremo deu lugar a acusações apresentadas por organizações franquistas e neo-franquistas irritadas porque Garzón se declarou competente para investigar os detalhes da morte de milhares de pessoas, entre 1939 e 1975, protagonizadas pela a tirania de Francisco Franco. (mais…)

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O declínio do indivíduo, artigo de Stefano Petrucciani

 

“Mais do que fim do indivíduo, se deveria falar de uma individualização fictícia e coagida, que deixa efetivamente pouco espaço para aquela que, um pouco romanticamente, os clássicos da teoria crítica definiam como a verdadeira espontaneidade individual.”

Essa é a opinião de Stefano Petrucciani, professor extraordinário de Filosofia Política da Faculdade de Filosofia da Universidade de Roma La Sapienza e diretor do Departamento de Estudos Filosóficos e Epistemológicos da mesma instituição. O artigo foi publicado no jornal Il Manifesto, 06-05-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.Eis o texto.

Lendo os textos de Theodor Adorno sobre “La crisi dell’individuo” [A crise do indivíduo], tão zelosamente editados por Italo Testa para a editora Diabasis (159 páginas), é de se colocar uma pergunta: que sentido tem hoje uma perspectiva como a adorniana, totalmente centrada na questão da decadência do indivíduo, diante de teorias que, ao contrário, interpretam a modernidade como um grande processo de individualização? Quem tem razão, os teóricos do fim do indivíduo ou os da individualização crescente?

Comecemos, para tentar responder, das coordenadas do interior das quais se coloca, para a teoria crítica, a questão do indivíduo. Com Hegel e Marx, a teoria crítica afirma que aquilo que definimos como “indivíduo” é uma modalidade do ser humano historicamente determinada, que nunca teria se produzido sem o desenvolvimento daquilo que chamamos de “sociedade” (em antítese com a “comunidade”), isto é, a sociedade burguesa. (mais…)

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Pesquisa identifica que mulheres negras são as principais vítimas de violência no Rio de Janeiro

Lúcia Xavier
Ecodebate – A mulheres negras têm mais chance de serem alvo de violência no Rio de Janeiro, segundo constata pesquisa divulgada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), na semana passada, baseada em dados coletados em 2009.

O Dossiê Mulher 2010 mostra que as mulheres pretas e pardas (negras, na categoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são a maioria entre as vítimas de homicídio doloso – aquele em que há intenção de matar – (55,2%), tentativa de homicídio (51%), lesão corporal (52,1%), além de estupro e atentado violento ao pudor (54%). As brancas só eram maioria nos crimes de ameaça (50,2%).

De acordo com a coordenadora da organização não-governamental Crioula, Lúcia Xavier, embora o racismo não esteja evidente nos casos de violência contra a mulher negra, está por trás de processos de vulnerabilização dessas mulheres, que as deixam mais expostas a situações de violência. Para ela, a sociedade desqualifica as mulheres negras.

”O racismo permite que a sociedade entenda que essas mulheres [negras] podem ser violentadas”, afirmou Lúcia. “Está aí a representação delas como lascivas, quentes, sem moral do ponto de vista da sua experiência sexual. Logo, acabam mais vulneráveis para essa violência”.

Em todos os crimes listados no dossiê, também chama a atenção o percentual de vítimas que conheciam os agressores. Nos casos de lesão corporal, 74% das mulheres tiveram contato com os acusados, entre os quais 51,9% eram companheiros ou ex-companheiros. Pai ou padrasto, parentes e conhecidos somaram 22,1% dos agressores. (mais…)

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