A demora é tanta que pacientes chegam a morrer. Pior: laboratórios farmacêuticos não se interessam em participar das licitações públicas
Ilson Gomes – TV Alterosa
Tem gente morrendo à espera de justiça e saúde. Pacientes que precisam de remédios caros vencem ações na justiça para obrigar o Estado a fornecer os medicamentos de graça, mas não recebem.
Há mais de um ano, a professora Elaine Aparecida descobriu um grave problema no estômago provocado por uma bactéria que agride o aparelho digestivo. O tratamento deve ser feito com seis medicamentos e uso contínuo que custam R$ 2 mil por mês, o valor supera o salário dela. A educadora conseguiu na justiça o direito de receber os comprimidos pelo SUS, mas até agora a Secretaria Estadual de Saúde não foi forneceu os remédios.
Ela não é a única, uma engenheira que não quer ser identificada, sofre com uma doença degenerativa e rara, o Lupus, que causa inflamação no corpo. Ela começou o tratamento com remédios fornecidos pelo governo de Minas, mas quando precisou mudar o medicamento vieram mais problemas. A caixa custa R$ 500.
Muitas pessoas convivem com a falta de recursos quando precisam cuidar da saúde. O problema é que em alguns casos a demora do Estado disponibilizar o remédio é tanta que acontece o pior. No mês passado, em Contagem, uma mulher de 80 anos que tinha uma anemia grave não suportou a espera e morreu.
A advogada que acompanhou o caso disse que a família entrou na justiça por duas vezes, cobrou do poder público e nada. “O juz determinou várias vezes em um mesmo processo e o Estado sequer se manifesta sobre o descumprimento”, explica a Miriam de Souza.
O promotor público Gilmar Assis diz que o problema é que muitos laboratórios não se interessam em participar de licitações do governo por causa dos valores pagos e dão preferência aos negócios com o setor privado.
Enviada por José Carlos.
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