Índios Cinta Larga aprovaram a criação de Território Etnoeducacional proposto pelo MEC
Após três dias de reunião com representantes do Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia, Ministério da Educação (MEC), secretarias de educação e Fundação Nacional do Índio (Funai), líderes e caciques cintas-largas aprovaram a criação de um território etnoeducacional que vai abranger suas aldeias de Rondônia e Mato Grosso. Os territórios etnoeducacionais são uma proposta do MEC para articular diversos órgãos públicos para o atendimento mais uniforme da educação escolar indígena, tendo em vista as peculiaridades de cada povo.
A reunião com o povo Cinta-Larga ocorreu em Cacoal, de segunda a quarta-feira desta semana. Os índios avaliaram que a criação do território etnoeducacional Cinta-Larga pode contribuir com o desejo de todos de uma educação de maior qualidade para todas as comunidades, de Rondônia e Mato Grosso.
Os índios também querem que as escolas incentivem o resgate de antigas tradições, como a produção de arco e flecha, prática de rituais de caça e religiosos e de medicina indígena.
O procurador da República Reginaldo Trindade explicou que o território etnoeducacional será implantado com a formulação de um plano de trabalho definido por uma comissão gestora formada por seis líderes cintas-largas, representantes da Organização dos Povos Indígenas de Rondônia (Opiron), das secretarias de educação, universidades, institutos federais e unidades da Funai de Rondônia e Mato Grosso, todos eles coordenados por representante do MEC. A primeira reunião desta comissão gestora será em julho deste ano.
O coordenador geral da educação escolar indígena do MEC, Gersem Baniwa, expôs que o território etnoeducacional prevê a destinação de recursos daquele ministério e de outras pastas do governo federal. “A proposta será de cada povo e responderá à pergunta: que educação queremos para as nossas crianças? A partir disto um plano é criado”, disse. Segundo Baniwa, Rondônia é o quinto estado do país a criar um território etnoeducacional. Mato Grosso do Sul possui dois e o Amazonas também tem dois territórios etnoeducacionais já criados.
Situação emergencial Os índios aproveitaram a presença de representantes do MEC para solicitar urgência no repasse de recursos para construção de sete escolas – quatro para as aldeias de Rondônia (Capitão Cardoso, Tenente Marques, Roosevelt e 14 de Abril) e três nas aldeias de Mato Grosso (Flor da Selva, Flor do Prado e Areião).
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