Secou a nascente histórica do São Francisco, por Roberto Malvezzi* (Gogó)

Nascente do Rio São Francisco, na cidade mineira de São Roque de Minas. Foto: Luciano Queiroz / Shutterstock.com / Infoescola
Nascente do Rio São Francisco, na cidade mineira de São Roque de Minas. Foto: Luciano Queiroz / Shutterstock.com / Infoescola

[EcoDebate] Como num funeral, ontem – 23/09/2014 – é um dia de luto histórico para o rio São Francisco e seu povo. Segundo o diretor do Parque Nacional da Serra da Canastra sua nascente histórica secou.

Como dizia Shakespeare pela boca de Macbeth:

Amanhã, e amanhã, e ainda outro amanhã arrastam-se nessa passada trivial do dia para a noite, da noite para o dia, até a última sílaba do registro dos tempos. E todos os nossos ontens não fizeram mais que iluminar para os tolos o caminho que leva ao pó da morte. Apaga-te, apaga-te, chama breve! A vida não passa de uma sombra que caminha, um pobre ator que se pavoneia e se aflige sobre o palco – faz isso por uma hora e, depois, não se escuta mais sua voz. É uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria e vazia de significado.

Nem o pior dos vaticínios nos anteciparia essa notícia. Agora não é mais previsão dos catastrofistas, dos apocalípticos, de ambientalistas sectários. Estamos diante do fato.

James Lovelock previa que o território brasileiro, até o final do século, seria inabitável. Se ele está certo ou ou não só o futuro dirá. Mas, com certeza, pela destruição de nossas bases naturais, estamos construindo um futuro apavorante.

*Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

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