Fernanda Giannasi recebe hoje, às 17h, comenda da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho por sua luta contra o amianto

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

Fernanda Giannasi – engenheira, auditora-fiscal do Trabalho e fundadora da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) – vai receber hoje a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho 2014 no grau Oficial, por sua luta de mais de 30 anos no combate ao uso do mineral que causa câncer e doenças respiratórias. A solenidade será aberta pelo ministro Barros Levenhagen, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), às 17 horas.

A comenda é atribuída anualmente a instituições e pessoas que se destacam nas suas profissões e servem de exemplo para a sociedade. Este ano, as instituições homenageadas serão a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), representada por seu presidente, Dom Raymundo Damasceno,  e o Movimento Humanos Direitos (Mhud), representado por sua diretora-geral, a atriz Dira Paes.

Fernanda Giannasi é também uma referência internacional no que se refere aos problemas gravíssimos causados pela fibra do amianto. Há dois anos, recebeu o prêmio Personalidade Profissional 2012, da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), indicada pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Além disso, foi uma das 13 escolhidas para integrar uma edição impressa da Enciclopédia Barsa dedicada às mulheres, juntamente com personalidades brasileiras e estrangeiras de diferentes áreas, como Dilma Rousseff, Michele Obama, Lygia Fagundes Telles, Fernanda Montenegro e Beth Carvalho. Mas, para ela, a homenagem de hoje tem um significado especial:

“É uma honra receber esta comenda concedida pelo TST, que é o reconhecimento de uma luta que não é só minha, mas de todas as vítimas do amianto e seus familiares. Isso demonstra a preocupação do Judiciário brasileiro com a exploração desta fibra da morte, considerada a catástrofe sanitária do século”.

A questão é que a Abrea é amicus curiae em três ADI (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) que tramitam no Supremo Tribunal Federal, envolvendo a proibição do uso, comércio e exploração do amianto – ou asbestos – no Brasil. Embora banido em 66 países, entre nós ele é ainda usado na fabricação de telhas, caixas d´água, isolantes térmicos e acústicos e pastilhas de freio.

Além da CNBB, do Mhud e de Fernanda, serão agraciados com a comenda, que foi criada em 1970,  magistrados, advogados, empresários, professores e profissionais da área de cultura e do esporte (confira a lista completa aqui). A solenidade será aberta ao público e realizada na área externa do TST.

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Com informações do TST e Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, entre outros.