UFFS – Impasses, conflitos e horizontes relacionados à questão indígena no Alto Uruguai serão o tema de um debate na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim. A atividade acontece na próxima sexta-feira (23), às 17h, na sala um do Bloco Anexo, junto ao Seminário Nossa Senhora de Fátima. O evento é aberto para a participação da comunidade acadêmica e externa e não há necessidade de inscrição prévia.
A atividade é promovida pelo Grupo de Pesquisa Anticapitalismo e Sociabilidades Emergentes (Gpase), em parceria com a Seção Sindical dos Docentes da UFFS (Sinduffs). Conforme o professor Cássio Cunha Soares, “a questão indígena (abrangendo desde os modos de vida, culturas, dilemas sociais às lutas políticas desses povos) se insere no leque de preocupações políticas e teóricas do Gpase”. Foram convidados para participar do debate professores da UFFS, representantes de movimentos sociais e estudantes.
Contexto
O professor explica que, por meio de um projeto de pesquisa coordenado pelo pesquisador Daniel de Bem, a Universidade realizou, em 2012, um levantamento das comunidades indígenas existentes na região do Alto Uruguai. “Através desse trabalho estabelecemos contato com muitas lideranças e populações kaingangs e guaranis de nossa região, o que culminou na realização de um evento que, naquela ocasião, evidenciou aquilo que muitas organizações de direitos humanos e indigenistas insistiam em nos alertar: os riscos da explosão de um conflito entre essas populações e pequenos agricultores, caso as autoridades governamentais não promovessem os necessários canais de diálogo”, afirma.
Segundo Soares, o tema não foi tratado com o merecido cuidado pelo poder público. “Eis os desdobramentos recentes em Faxinalzinho. Por isso retomamos uma agenda de realização de debates nos espaços da Universidade, tendo em vista seu importante papel na publicização de questões relevantes para a opinião pública e a sociedade civil, evitando com isso que o tema seja pautado pelos setores mais conservadores da sociedade brasileira que tendem a enquadrar os indígenas como personagens menores ou mesmo deslocados da nossa história como nação”, explica.