Índios dizem que professor foi revistado durante aula na frente dos alunos. Polícia Federal nega abordagem dentro de escola em Benjamin Constant.
Índios da Reserva Votouro, em Benjamin Constant do Sul, na Região Norte do Rio Grande do Sul, acusam a Polícia Federal de ter entrado em uma escola indígena com agentes armados para revistar um professor, que dava aula no momento da abordagem. De acordo com os indígenas, os alunos ficaram assustados com a ação. Caso teria acontecido na Escola de Ensino Médio Toldo Coroado e os policiais teriam interrompido aula.
A assessoria de comunicação da Polícia Federal afirmou que agentes abordaram uma pessoa suspeita na frente da instituição de ensino e não dentro, como informado pelos índios. Segundo a PF, ele foi identificado e liberado rapidamente.
Policiais que estavam no local relataram que estavam apurando uma denúncia sobre um índio, que teria relação com os homicídios de dois agricultores, em conflito ocorrido no fim de abril, na cidade de Faxinalzinho, também no Norte do RS. Eles disseram que o professor foi revistado por ter negado a se identificar.
A Polícia Federal cumpriu oito mandados de prisão na tarde da sexta-feira (9). Cinco indígenas já foram presos, e outros dois também foram levados à delegacia apenas para esclarecimentos. Entre eles, estava o cacique da aldeia, Kandóia Deoclides de Paula. O homem foi retirado de uma reunião que acontecia na Câmara Municipal, onde representantes do governo do estado e do Ministério Público debatiam com líderes dos grupos de indígenas e agricultores alternativas para amenizar o conflito por terras.
O clima na região ainda é tenso e a direção da escola resolveu suspender as aulas por tempo indeterminado novamente. As aulas em Faxinalzinho já tinham sido canceladas até a terça-feira (13), quando foram retomadas.
Em Brasília, o ministro José Eduardo Cardozo afirmou que o governo federal está disposto a resolver a questão, onde quer que seja definido o encontro.
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